Mileny Andrade (estagiária), sob supervisão de Leônidas Badaró
Na manhã desta quarta-feira, 20, Fabiana Cavalcante, dona de casa, relatou ter sido constrangida dentro de uma agência da Caixa Econômica Federal, localizada no Centro de Rio Branco, após um segurança pedir que ela “calasse a boca” da filha, uma criança de apenas 4 anos, com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Segundo Fabiana, ela havia se deslocado até a agência para resolver um problema. Enquanto aguardava atendimento, a filha explorava o ambiente, andando pelas escadas, querendo subir no elevador e falando em tom elevado, comportamento característico de criança com TEA.
De acordo com o relato, o segurança se aproximou e pediu que a mãe fizesse a filha se calar, alegando que estaria atrapalhando o atendimento. “Eu disse que não tinha como, minha filha é autista, não entende quando peço para falar baixo. Só se eu colocasse um pano na boca dela. E mesmo assim ele insistiu”, afirmou Fabiana.
A mãe contou que ficou constrangida diante dos clientes e buscou ajuda junto a uma atendente, mas recebeu resposta considerada grosseira. Em seguida, foi encaminhada à gerente, que a atendeu bem, ofereceu água, bombom e chocolate para a criança, além de realizar o atendimento no andar superior.
Emocionada, Fabiana relatou que chorou junto com a filha. “Foi muita falta de respeito. Eu acabei de ver em um grupo de mães atípicas que outra criança também já passou pela mesma situação com esse segurança. Quantas pessoas mais vão precisar passar por isso? Eu tenho o direito de ir e vir e minha filha também. Ela é amparada por lei”, disse.
Fabiana reforça que não pretende silenciar o ocorrido: “Eu não quero tampar, não quero calar a boca, quero que todo mundo veja como nós, mães atípicas, somos tratadas. As pessoas têm que ter respeito, mas não têm.”
A reportagem tentou contato com a gerência da Caixa, mas não obteve resposta. O espaço segue à disposição.
