Rio Branco, 26 de agosto de 2025.

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Sementes de Cultura: projeto oportuniza ressocialização de mulheres no Acre

Espaço beneficiará todas as detentas da unidade feminina: Foto Luís Oliveira

Foi reinaugurado nesta segunda-feira, 25, o espaço Sementes de Cultura da Divisão de Estabelecimento Penal Feminino, no Complexo Penitenciário de Rio Branco, que tem como objetivo oferecer a oportunidade de ressocialização aos privados de liberdade.

O espaço Sementes de Cultura conta com o apoio do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC). Na cerimônia de reinauguração, a instituição foi representada pela desembargadora Regina Ferrari, que destaca a importância de um espaço como esse para a vida das reclusas.

“Este espaço significa um novo momento para estas nossas custodiadas, porque hoje elas são invisíveis aos olhos de toda a sociedade, mas é preciso lembrar delas que aqui moram, vivem, cumprem pena e devem se ressocializar, aprender a se ressocializar para voltar ao convívio de suas famílias e de todos nós. E assim nós esperamos que venham fazer um novo começo. E esse espaço vem ajudar nessa ressocialização, onde poderão treinar, aprender a se profissionalizar e capacitar para cultura, lazer e esporte”, enfatiza.

A desembargadora também pontua que o espaço oferece novas oportunidade. “Para elas voltarem ao convívio da nossa sociedade, é necessário que elas possam ser, novamente, recepcionadas dentro deste espaço e possam ser oferecidos cursos, ações e atividades que visem essa reeducação. Trata-se de um momento de humanização, em que todos estão aqui muito abertos, para que possam aprenderem um ofício, se capacitarem, aprenderem uma nova convivência com elas mesmas e com a família quando retornarem”, complementa.

A estrutura, que levou três meses para ser construída e contou com a mão de obra dos próprios apenados, teve como recurso cerca de R$ 100 mil para a aquisição dos insumos necessários.

De acordo com o presidente do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), Marcos Frank, é um investimento que foi construído por meio das penas pecuniárias. “É uma garantia de um fortalecimento da dignidade da pessoa humana na medida em que atribui maiores condições necessárias ao cumprimento da terra”, explica.

O espaço será voltado aos cursos já implementados na unidade. Além disso, também servirá para a realização de encontros religiosos que as igrejas oferecem. O local também servirá para visitações e haverá a efetivação de cursos de salão de beleza com o objetivo de melhorar a autoestima e a saúde dessas mulheres.

“Tem um projeto que estamos querendo implementar de canto e de música. Nós já temos as leituras. Esse espaço aqui hoje é mais para apresentação dos cursos que são implementados”, detalha a diretora da Unidade Feminina, Jamilia Silva.

A apenada J. C. A tem 32 anos e conta que o espaço gera esperança de novas oportunidades para o futuro. Com trabalho em malharia, ela confecciona bandeiras do Acre e também faz encomendas para malharias de Rio Branco. Mesmo não recebendo salário, a possibilidade de remição de pena dá esperança para que possa focar no aprofundamento dos conhecimentos e investir na profissão quando estiver em liberdade.

J.C.A. celebrou a oportunidade de remição com o trabalho: Foto Luís Oliveira

“A remição de pena é muito importante, mas o aprendizado também, porque aqui aprendemos a ter oportunidades na vida para quando sairmos termos uma vida digna, não estar mais fazendo coisas erradas. Quero sair daqui, me aprofundar mais na profissão que eu estou tendo hoje, que é na malharia e aprender mais coisas”, afirma.

J. C. A complementa destacando que também quer compartilhar os seus conhecimentos com outras pessoas. “O que eu aprendo, eu ensino para as pessoas que também precisam. Então, eu acho que esse ambiente que tem de trabalho, de oportunidade, é muito gratificante, tanto para nós que estamos presas, como para quem oferece essa oportunidade para a gente também”, finaliza.

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