Produtos regionais, artesanato local e a presença marcante de um público diversificado estão entre os principais atrativos da feira agropecuária da princesinha do Acre: a Expo Xapuri 2025. Uma das atrações que tem chamado a atenção é a história do paulista Rafael Silva, de 34 anos, que há sete anos viaja pelo Brasil e até por países vizinhos vendendo quadros em 5D. As peças impressionam pela ilusão de movimento e realismo.
Natural de Santos, cidade costeira no estado de São Paulo, Rafael mora atualmente na capital paulista e decidiu mudar de vida após trabalhar como chaveiro e instalador de câmeras de segurança.
“Eu rodo o país inteiro. Vou para o Peru, para a Bolívia, para todos os lados vender. E eu fazia outros tipos de trabalho, eu sou chaveiro e instalador de câmera, só que eu gostei mais de vender os quadros. Porque eu consigo viajar, passear e conhecer lugares novos. Não fico somente parado em São Paulo, pois isso é chato”, conta.
A paixão pela estrada e pelo contato com outras pessoas acabou virando um estilo de vida. Com seu jeito comunicativo, Rafael conquista clientes por onde passa, seja em restaurantes, ruas ou eventos como a própria Expo Xapuri.
O artista também fidelizou cidades como Porto Velho, capital de Rondônia, e a própria capital acreana, Rio Branco, onde já chega com encomendas a serem entregues, resultado de negócios feitos em visitas anteriores.
Além do Brasil, Rafael também leva sua arte para países como Peru e Bolívia, aproveitando o preço mais acessível das passagens, a depender da rota escolhida. Por exemplo, uma passagem de São Paulo para Lima custa cerca de R$ 700, já do estado paulista para o Acre o preço pode chegar até R$ 3 mil.
Casado e pai de quase dois anos, Rafael reconhece que a saudade da família aperta e pesa durante suas viagens. “Antes eu viajava com a minha esposa, mas agora temos um bebezinho e eu viajo sozinho. Ela ficou em São Paulo. E por causa da saudade, já estou quase voltando. Eu tenho que voltar urgente. Eu continuo casado, ela entende as viagens justamente porque já trabalhava comigo. Então, ela teve que ficar por causa do bebê, mas eu continuei”, compartilha.
Os quadros de Rafael vão desde animais fofos até imagens que encantam o público do agronegócio. O artista mostra que seu trabalho não é apenas comércio, mas também conexão. “Não dá para ficar rico, mas dá para viver melhor do que as outras profissões que eu tinha. E ainda tem a vantagem de conhecer isso: lugares e pessoas novas. Essa é a parte boa dessa experiência”, finaliza.