Rio Branco, 2 de novembro de 2025.

sem fronteiras 3

Jornalista acreana é a única brasileira selecionada para bolsa em programa de mídia para cobertura da COP30

Adrielle Farias no Parque Chico Mendes em Rio Branco: Foto acervo pessoal

A jornalista acreana Adrielle Farias, de 28 anos, divulgou em suas redes sociais o anúncio de ter sido a única brasileira a ser selecionada para a bolsa do projeto Climate Change Media Partnership (CCMP) para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), realizada a partir dia 10 de novembro, em Belém, no estado do Pará.

Em entrevista ao Portal Acre, Adrielle explicou que o processo seletivo para a bolsa, que teve início em julho, foi bastante burocrático. “Quando eu vi a oportunidade, eu pensei assim: poxa, pode ser uma excelente oportunidade para eu ir para COP e ter um treinamento com jornalistas renomados”, comentou sobre a vontade de participar.

A jornalista, que atualmente integra a equipe de profissionais do Terra Brasil, decidiu conversar com suas chefes que gostaram e apoiaram a ideia. “Elas me ajudaram também a me inscrever no processo, porque precisa ter o aval do portal, das editoras, tem que mandar carta, é bem burocrático. Também precisei fazer um cartão de imprensa internacional, pois eu não tinha”, explicou sobre parte do processo para concorrer a bolsa.

Além de treinamentos com jornalistas renomados, Adrielle também realizará cobertura da conferência no local do evento, ao lado de mais 11 repórteres. A bolsa também oferece alimentação, hospedagem, diária, transferência, entre outros benefícios. Segundo Adrielle, também será oferecido um treinamento pré-COP.

“Será durante todo esse mês. Além de conhecer os outros repórteres, eu vou ter treinamento toda semana. Haverá um mentor ou uma mentora, que vai conversar comigo, me orientar em relação a pautas que podemos abordar na COP e outras coisas mais. Então, tem todo um treinamento antes da COP para que possamos chegar preparados. E a intenção é trabalhar todos os dias da conferência, chegar ali dois dias antes de iniciar e ir embora talvez dois dias depois que terminar o evento”, detalhou.

Ao ser questionada sobre o sentimento de ser a única brasileira a ser selecionada para a bolsa, Adrielle afirmou que ainda é um pouco chocante. “Eu soube dessa notícia há uma ou duas semanas, porém eu não podia falar, porque pediram sigilo. Quando eu fiquei sabendo que passei, fiquei muito feliz, muito empolgada, muito eufórica, mas eu não podia contar para ninguém para não correr risco também de ser desclassificada. E hoje, quando liberaram a notícia no site liberaram no Instagram, eu pensei: ‘Ai, finalmente vou poder compartilhar com o mundo’. Enfim, estou muito feliz, muito contente e não sei nem descrever o que estou sentindo porque é um sonho meu realizado”, disse emocionada.

Para Adrielle, representar o país no projeto demonstra que o trabalho que vem realizando ao longo dos anos está, de certa forma, sendo reconhecido. “Ser a única brasileira dá uma espécie de alívio, pois mostra que o trabalho que eu estou construindo ao longo desse tempo, dentro da universidade e aqui em São Paulo, de alguma forma chamou atenção de pessoas que são grandes nomes na área”, destacou.

Adrielle também ressaltou a alegria e carinho que sente pelo Acre. A jornalista comentou sentir falta do estado, mas ressaltou seu objetivo de enaltecer e engrandecer o estado.

“A nossa cultura, a nossa universidade, o curso que eu fiz, os nossos jornalistas e comunicadores também. O meu maior desejo é que o jornalismo acreano seja sempre visto como um jornalismo de qualidade, como um bom jornalismo. Eu sempre falo para as pessoas, onde eu me formei, de onde vim e acho que a minha história é parte de quem sou e isso nunca escondi e nem pretendo esconder de ninguém”, defendeu.

Outro ponto destacado por Adrielle na entrevista foi o fato de sua história e formação fazerem parte da Amazônia. Conforme a jornalista, há alguns meses está desenvolvendo trabalhos focados na área de meio ambiente, mesmo morando em São Paulo, e que, provavelmente, foram de grande ajuda para a conquista da bolsa.

“Além de eu ser uma jornalista formada e que cresceu na Amazônia, eu também, mesmo estando aqui em São Paulo, continuei meu trabalho colocando em pauta os problemas e soluções da região. Temos notícias ruins sobre desmatamento e queimadas, mas também sempre tentamos trazer um viés positivo para coisas que tem aparecido na região”, detalhou.

A jornalista complementou ainda. “Enviamos todo o material que podíamos. Fizemos um vídeo também e ficou bem bacana, mostrando um pouco de um trabalho que fiz no Acre em abril. E sempre que vou para o Acre, estou  fazendo uma pauta, sempre. Mesmo que eu vá de férias ou coisa nesse sentido, estou sempre trazendo pauta para o portal, desde o ano passado. Portanto, não é uma novidade eu trabalhar essas pautas. Tentamos somente aproveitá-las da melhor forma para ganhar esse destaque na bolsa”, acrescentou.

Com grandes expectativas para o evento, Adrielle espera que os trabalhos sejam intensos e, principalmente, enriquecedores.

“O meu trabalho no evento vai ser de cobertura diária. Assim, vou estar todos os dias fazendo vídeo, enviando nota para redação, em contato com os repórteres que vão estar lá e com os chefes de treinamento também. Então, acredito que vai ser um trabalho bem intenso, mas espero que seja bem satisfatório, porque eu estou muito empolgada”, concluiu.

Veja o vídeo de inscrição para a seleção da bolsa.

Compartilhe em suas redes

23.1 - DIGITAL_MASTER---PMRB_SAÚDE-DA-MULHER