
Em entrevista realizada nesta quinta-feira, 16, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) no Acre, Renata Quiles, falou sobre os índices da cobertura vacinal no estado. Entre as principais vacinas estão a tríplice viral, Covid-19 e Influenza.
Segundo Quiles, mesmo com a pandemia, que reduziu significativamente a cobertura vacinal, o estado está no melhor momento com relação as imunizações.
“Vivemos o melhor momento mesmo comparando há 10 anos atrás, muito antes da pandemia. O Acre sempre manteve baixas as coberturas vacinais e sempre ocupamos a última posição em relação a todo o Brasil. E, hoje, nós estamos na quinta posição de trás para frente. Melhoramos um pouco, temos muito a avançar ainda, mas hoje o cenário que nós estamos vivendo é muito melhor, mas muito abaixo ainda do que é preconizado”, disse.
Com relação a cobertura vacinal contra a Covid-19, Renata detalhou que as pessoas que se vacinaram entre os anos de 2021 e 2023, e não são grupos prioritários, mantém a dose tomada.
“É um calendário obrigatório para o menor de 5 anos. Então, a criança precisa iniciar a sua vida protegida com as 3 doses. e grupos prioritários são um reforço por ano. Esse é o esquema de vacinação hoje”, ressaltou.
Conforme Renata, a maior dificuldade é aumentar a imunização nas crianças. “A nossa pior cobertura vacinal é entre as crianças menores de 5 anos de idade. Hoje, o Acre está com apenas 2% de cobertura vacinal nas crianças. Mas a gente conseguiu ter 89% entre os idosos, 76% entre adultos, mas a criança, os pais ainda têm receio em vacinar. Se vacinaram, mas não querem proteger os próprios filhos”, relatou.
Questionada sobre o que tem sido feito para tentar aumentar esses índices, Quiles foi enfática ao afirmar que, desde a pandemia, tem sido reforçado, diariamente, da importância da iluminação e da efetividade da vacina.
“Que ela é o único meio de prevenir que tenhamos sequelas que a doença deixa no organismo. Falta a sensibilidade dos pais. Só faltou irmos para o semáforo e implorar para que os pais vacinem. Então, estão sendo feitas as mesmas estratégias de todas as outras vacinas. Não falta informação confiável e de órgãos competentes que defendem a ciência”, argumentou.
Quiles acrescentou ainda. “O que falta é entendermos que estamos no século XXI, que a informação está aí, que deve ser bem utilizada, porque muita informação tem, mas as pessoas não estão utilizando adequadamente. Além de se conscientizar que a vida dos filhos dependem das atitudes dos pais. O Estado pode se desdobrar, os municípios podem fazer ação de vacinação todos os dias, mas se os pais e os responsáveis por essas crianças não colocarem os pés no chão, entender a realidade, que a doença causa mal e a vacina salva, de nada vai adiantar”, complementou.
Cenário do sarampo no Acre
Com relação ao sarampo, de acordo com Renata, o Acre não tem registro da doença desde o ano 2000.
“Graças às coberturas vacinais que foram sempre altas. O estado do Acre vacina muito. Porém, por conta da nossa geografia vacinamos em atraso. Então, nós temos uma população amplamente vacinada, mas quando vamos para a cobertura vacinal, que é vacinar dentro da idade correta, nossas coberturas são baixas, mas temos uma população bem vacinada. Graças a isso, o sarampo ainda não conseguiu entrar no nosso estado desde o ano de 2000”, explicou a coordenadora.
Novas doses contra a Influenza
Renata explicou ainda que o programa realiza a disseminação da vacina da gripe ao longo do ano, mas, nlws de outubro, é recebido a composição atualizada.
“Nós receberemos, na semana que vem, a nova remessa da Influenza e vamos trabalhar com esse lote até agosto do ano que vem. Hoje, a campanha de influenza não existe mais, mas sim a mobilização em outubro, onde divulgamos a chegada e a população pode ficar tranquila porque ela vai estar disponível ao longo de todo o ano”, enfatizou.