Em entrevista concedida ao podcast “Um Dedin de Prosa”, do Portal Acre, nesta quarta-feira, 22, o governador Gladson Camelí comentou sobre como tem lidado com a Operação Ptolomeu, ação da Polícia Federal que investiga possíveis casos de corrupção e de lavagem de dinheiro no governo do estado.
Durante a conversa, Camelí reafirmou sua inocência e compartilhou que a situação tem gerado preocupação. “Eu posso dizer que não tira meu sono, mas que me preocupa, porque eu nunca imaginei na minha vida que fosse ser alvo de uma operação da Polícia Federal, nunca”, lamentou o gestor.

Gladson Camelí ainda citou que, no período da investigação, o governo do Acre sofria um dos piores momentos financeiros e, também, com uma das maiores crises sanitários do mundo: a pandemia de Covid-19.
“A Ptolomeu diz que eu, supostamente, teria desviado R$ 800 milhões, como que um governante faz isso se, em 2019, o 13º salário estava atrasado, o estado devia ao ponto de que não tinha credibilidade para tapar um buraco, e ninguém me avisou que eu iria lidar com uma das maiores crises sanitárias do mundo, onde eu precisava ter as contas equilibradas e dar respostas rápidas para a sociedade para diminuir os prejuízos”, disse.
O governador reforçou que acredita no poder judiciário, mas que em sua defesa, tem proposto interrogações e reflexões. “Eu não quero, em nenhum momento, criticar o judiciário. Eu confio na justiça. Eu estou respondendo, me defendendo, mas tenho que criar algumas interrogações. Quem era o delegado da Polícia Federal? Quem era o advogado? É bom se perguntarem isso”.
Camelí afirmou que por muito tempo optou por deixar a polêmica correr em segredo de justiça, mas que chegou o momento de se posicionar de forma pública. “Não quero criticar a instituição, mas não tenho dúvidas de que esse caso precisa ser investigado, porque houve interesses. Mas quero dizer que essas pessoas não estão me fazendo mal, o que tinham que fazer, já fizeram, que me deixaram sem poder conversar com o meu pai. Hoje, graças a Deus, posso falar com toda a minha família”, acrescentou.
O gestor afirmou que irá recorrer em todas as instâncias possíveis para garantir seus direitos e provar a sua inocência. “Eu já conquistei tudo que eu queria, eu não preciso cometer nada ilícito. Me preocupa, claro, mas vou recorrer em todas as instâncias”, finalizou.