Rio Branco, 5 de novembro de 2025.

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Viajando com o Portal Acre: Mercado Central de Belo Horizonte, uma “explosão” de sabores, aromas e histórias

O mercado de BH tem quase 100 anos Foto: Leônidas Badaró

Minas Gerais em um só lugar. Assim pode ser definido o conceito do Mercado Central, um dos principais pontos turísticos e de encontro de Belo Horizonte. Com quase 100 anos, o Mercado, inaugurado em setembro de 1929, se confunde com a própria história da capital mineira. Tanto que apenas 31 anos separam o início do Mercado da fundação da cidade de BH.

Entrar no Mercado Central é conhecer de perto duas das melhores coisas que caracterizam o povo mineiro: o talento culinário e a hospitalidade, materializada na sempre calorosa recepção. Mineiro que é mineiro adora uma boa prosa sem pressa, de preferência, acompanhada de uma generosa dose da cachaça, outra tradição de Minas Gerais, outro orgulho do mineiro, que faz questão de dizer que ninguém, neste Brasil, faz cachaça igual as que têm por estas bandas.

Mas tem outro orgulho do mineiro que trabalha ou frequenta o Mercado Central. É “estufar o peito” e dizer: “Somos o terceiro melhor mercado de todo o mundo”. Esta é a primeira frase a sair da boca de seu Noé Silva, um dos mais antigos comerciantes do Mercado Central. Sua loja vende, principalmente, doces e o famoso queijo canastra. Dos seus 72 anos, Noé tem quase meio século dedicados ao Mercado.

Noé Silva é um dos comerciantes mais antigos do mercado de BH Foto: Leônidas Badaró

“Eu entrei aqui em 1977 e estou aqui até hoje e não pretendo sair tão cedo. Eu me sinto em casa, somos o terceiro melhor mercado do mundo. Criei meu filho, agora tenho meu neto trabalhando comigo aqui, é muita alegria da gente, é tradição, a vida da minha família está aqui”, conta orgulhoso.

E parte do orgulho é ter o neto sendo a terceira geração da família trabalhando no Mercado Central. O caso de amor com o local já passou do avô para o neto. “É muito orgulho poder prosseguir o que meu avô construiu, igual ao meu pai que também trabalha aqui e eu quero continuar com essa tradição”, afirma João Silva.

O jovem, que tem apenas 19 anos, mas desde os 16 ajuda o avô, nem titubeia quando perguntado o que mais vende na loja da família. “Sem dúvidas é o queijo canastra, é o nosso carro-chefe, nossa comida é diferenciada, o nosso queijinho com doce de leite não tem igual”, diz João.

João é a terceira geração de feirante da família Silva Foto: Leônidas Badaró


Tradição igual aos queijos só os doces. As ofertas se espalham por todo o mercado. Caseiros, industriais de quase todas as frutas, o local vira um verdadeiro “parque de diversões” para quem gosta de doces. Os dois “atores principais” são o de leite e a boa e velha goiabada cascão. Quem vem de fora e visita Belo Horizonte, sabe que não vai escapar dos pedidos dos amigos e familiares. Aparecida Gonçalves veio do Paraná está voltando cheia de encomendas para casa. “E olha que não estou levando nem metade do me pediram, é tanto pedido que precisava ganhar na Mega Sena e levar o Mercado inteiro. Mas eu entendo, essa culinária mineira é incrível”, conta.

Cláudio Rodrigues vende doces em uma das principais lojas do Mercado e conta que atende gente de todo o país e do mundo e, nunca, ninguém voltou para reclamar.

“O segredo é porque é mineiro, uai. Não tem comparação com nenhum outro lugar do mundo, recebemos gente de todo o Brasil e de vários países e a reação é sempre incrível, espetacular e isso é encantador”, conta.

O doce de leite está entre os mais vendidos do mercado de BH Foto: Leônidas Badaró

Cachaça que custa R$ 1 mil reais a garrafa

Café, pão de queijo, torresmo, o já falado doce de leite são algumas das iguarias que tornam a culinária mineira tão especial. Mas tem outra produção, que, ninguém no Brasil, chega nem perto. Aliás, ninguém no mundo. Minas Gerais é o maior produtor de cachaça do planeta. Além da maior produção de litros, também lidera em número de produtores e alambiques.

Portanto, andar pelo Mercado Central é ter a chance de experimentar tudo que é tipo de cachaça, desde as mais artesanais, até as industriais, tipo exportação, que são levadas para todos os lugares do mundo e usadas em drinques em baladas e grandes bares da Europa e dos Estados Unidos.

Cachaça produzida em Salinas, cidade mineira considerada a capital mundial da cachaça Foto: Leônidas Badaró

As cachaças mais artesanais preservam o sabor que nem de longe lembram a dose de pinga, aquela que sai “rasgando a goela”. Pelo contrário, são bebidas aromáticas e que preservam o sabor do tipo da madeira do tonel onde foram envelhecidas.
Maristela Santos é uma das vendedoras que faz o tentador convite para que os frequentadores do Mercado Central provem o sabor das cachaças. Para quem é adepto do consumo de bebida alcóolica, é quase impossível resistir.

“É um sucesso, Minas Gerais é o berço da cachaça, é o maior produtor. O segredo é o amor com que a cachaça é feita, o sabor da madeira com que ela é envelhecida, já que ela puxa o sabor da madeira. Por exemplo, a cachaça que é envelhecida em um tonel de cerejeira tem o sabor mais suave, já a do carvalho, fica com o sabor mais forte, mas todas são incríveis”, afirma.

Uma outra coisa que satisfaz quem aprecia a boa e velha cachaça é o preço. Existem opções para todos os gostos e orçamentos. Desde a bebida mais em conta até a mais famosa, a Havana, cachaça produzida em Salinas, cidade mineira, considerada a capital mundial da cachaça. Uma garrafa simples, sem ser de edição comemorativa, chega a custar R$ 1 mil.

“Essa é a cachaça mais famosa do Brasil, quem não conhece é porque não é cachaceiro de verdade. Apesar do preço, vende muito e quem compra não se arrepende”, conta Maristela.

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