Mileny Andrade (estagiária), sob supervisão de Daigleíne Cavalcante

O mês de novembro promete encantar os amantes da astronomia, e também quem gosta de simplesmente olhar pro céu. Além da superlua, que poderá ser observada nesta quarta-feira, 5, o Acre também terá a chance de acompanhar a chuva de meteoros Leônidas, na madrugada do dia 17.
Ambos os fenômenos serão visíveis a olho nu em todo o estado, dependendo apenas das condições climáticas e da iluminação do local.
De acordo com o professor de Física e astrônomo da Universidade Federal do Acre (Ufac), Dr. Luís Gustavo de Almeida, a superlua ocorre quando a Lua Cheia coincide com o ponto mais próximo da Terra, conhecido como perigeu.
“Não existe uma definição rigorosa do ponto de vista científico, mas em geral chamamos de superlua quando a Lua Cheia está próxima do perigeu. Como está mais perto da Terra, ela parece um pouco maior e mais brilhante”, explica o professor.
A Lua atinge o perigeu várias vezes ao longo do ano, mas só recebe o nome de “superlua” quando esse momento coincide com a Lua Cheia.
“A diferença é basicamente a distância da Lua em relação à Terra. No perigeu, ela está mais próxima e por isso parece maior. Mas ainda é a mesma Lua”, acrescenta Almeida, ressaltando que o termo “superlua” é popular, não científico, e que o fenômeno acontece entre três e quatro vezes por ano.
Melhor horário para observar
Segundo o astrônomo, quem quiser apreciar o fenômeno no Acre pode começar a observar logo após o pôr do sol, quando a Lua começa a surgir no horizonte. Locais abertos, planos e longe da iluminação urbana são os mais indicados.
“A luz das cidades atrapalha bastante a observação. Também é bom evitar lugares com morros ou árvores que possam bloquear o horizonte”, orienta.
Chuva de meteoros Leônidas: espetáculo na madrugada do dia 17

Foto: Ilustração
Duas semanas após a superlua, o céu acreano voltará a ser palco de outro fenômeno impressionante: a chuva de meteoros Leônidas , que deverá atingir seu pico na madrugada do dia 17 de novembro.
Esses meteoros recebem esse nome porque, a olho nu, parecem surgir na região do céu onde fica a Constelação de Leão, daí o nome Leônidas. Eles são formados por fragmentos deixados pelo cometa Tempel-Tuttle, que completa uma órbita ao redor do Sol a cada 33 anos.
Ao longo dessa trajetória, o cometa vai deixando um rastro de restos e detritos. Quando a Terra passa por essa região, parte desses fragmentos entra na atmosfera, queimando-se e criando o belo espetáculo luminoso que conhecemos como chuva de meteoros.
O melhor horário para observar o fenômeno é entre a meia-noite e o amanhecer, longe das luzes da cidade. O professor recomenda locais abertos e escuros, como áreas rurais ou mirantes naturais.
“Apesar da maioria parecer surgir na constelação de Leão, eles podem aparecer em qualquer parte do céu. O ideal é observar o céu todo”, orienta.
Em condições ideais, podem ser vistos de 10 a 20 meteoros por hora. Mas o brilho da Lua pode ofuscar parte do espetáculo.
“A Lua cheia atrapalha um pouco, porque o brilho dela ofusca o dos meteoros. Mesmo assim, vale a pena observar”, diz o astrônomo.
Mais um fenômeno à vista: a última superlua do ano
Quem perder a observação desta semana ainda terá outra oportunidade, no dia 4 de dezembro acontece a última superlua de 2025.
O fenômeno fechará o ciclo de superluas do ano e, assim como as anteriores, poderá ser visto a olho nu em todo o país, desde que o céu esteja limpo e sem nuvens.
Curiosidade e conhecimento
Para o professor da Ufac, esses fenômenos são mais do que simples belezas naturais, são oportunidades para despertar o interesse das pessoas pela ciência.
“Estudar cometas, asteroides e meteoros é estudar o passado do Sistema Solar. Cada pequeno fragmento desses detritos é uma peça do quebra-cabeça que nos ajuda a entender como o nosso sistema se formou”, finaliza.








