Rio Branco, 20 de novembro de 2025.

As aparências… não enganam: elas atraem, conectam e abrem caminho para a autoridade

Desde que realizei a análise da comunicação dos possíveis pré-candidatos ao governo do Acre e vez ou outra alguém comenta que depois de ler os textos, começou a perceber e observar como realmente os personagens analisados deixavam transparecer muitos detalhes por meio da comunicação não verbal, outros leitores me disseram que começaram a observar mais como realmente a comunicação não verbal mostra mais do que nós falamos. Então resolvi esticar um pouquinho mais esse assunto que, apesar de pouco comentado, pode ser fundamental para todos que precisam de alguma forma atrai atenções, afinar conexões e demonstrar autoridade, seja em que área for!

É que, como sempre falo, a comunicação não verbal entrega muito sobre quem somos e para o que viemos, antes mesmo de abrirmos a boca.

Mas começo alertando: refletir sobre como a aparência, os gestos, o sorriso, a postura, o olhar ou até a forma de apertar a mão podem ser uma carta de apresentação mais eloquente do que qualquer palavra pode ser, é um exercício incômodo. Afinal, tudo que nos tira da “zona de conforto” tende a incomodar. Mas é justamente ali, no desconforto, que a gente cresce.

Naturalmente, tudo que é belo nos atrai. O céu azul, o pôr do sol, o verde da floresta em contraste com o marrom do rio. Ninguém deseja permanecer em uma paisagem árida, cinza, desordenada. Então, se somos atraídos pela harmonia e pela beleza nas coisas, por que seria diferente conosco?

É aí que entra a primeira e necessária lição sobre comunicação não verbal: precisamos estar minimamente apresentáveis caso queiramos ser ouvidos. É pesado pensar que o que temos de conteúdo pode ser menos importante do que a forma como nos apresentamos, mas é a mais pura verdade.

A comunicação não verbal é tudo aquilo que transmitimos sem o uso de palavras. Além do tom de voz, ela envolve expressões faciais, gestos, postura, proximidade física e até o silêncio. De acordo com o psicólogo Albert Mehrabian, da Universidade da Califórnia, 93% da comunicação é não verbal, sendo 55% linguagem corporal e expressões faciais, e 38% tom de voz.

Entender essa linguagem é essencial para sermos levados em consideração, construir relacionamentos sólidos, inspirar confiança e comunicar com autenticidade. Quando conhecemos alguém pela primeira vez, fazemos julgamentos rápidos sobre simpatia, credibilidade, presença. Tudo isso acontece antes da fala. É aquela história: “A primeira impressão é a que fica” e pode te dar a oportunidade de gerar no outro a conexão e a confiança necessárias para que sua mensagem seja ouvida de olhos, ouvidos e coração abertos.

É mais ou menos a mesma lógica das diferentes embalagens nos supermercados, muitas vezes o produto que vem dentro é o mesmo, outras vezes a pior embalagem pode até conter um produto muito bom, mas o consumidor não vai saber, simplesmente porque ele é atraído a escolher a embalagem mais bonita e isso não sou eu quem estou dizendo. Um estudo da Ipsos, de 2022, revelou que 72% dos consumidores afirmam que o design da embalagem influencia sua decisão de compra, e 81% já compraram algo apenas porque acharam o visual atraente. Ou seja: o olhar decide antes da razão.

Por isso, não se trata de futilidade, mas de estratégia. O modo como nos apresentamos é parte da mensagem que queremos comunicar. É sobre coerência entre o que se vê e o que se ouve e que fique claro que esse nem sempre foi um tema confortável para mim. Por muito tempo, defendi que o conteúdo era mais importante que a aparência, mas fui vencida.

Entendi que, no fundo, um complementa o outro. A comunicação não verbal é sobre persuasão, relacionamento e autoridade. Ela é a ponte entre o que você tem a dizer e a atenção do outro em te ouvir.

Primeiro, você precisa vencer a barreira da primeira impressão, ser visto, despertar interesse, gerar conexão.

Depois, vem o segundo passo: alinhar o que o corpo comunica com o que a voz expressa. A partir daí, não é mais só sobre o que se fala, mas sobre o que se transmite… mas esse talvez seja tema para uma nova coluna.

Por hoje espero ter te convencido que no fim das contas, que para comunicar de forma eficaz é preciso antes fazer o outro querer ficar!

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Daigleíne Cavalcante

Daigleíne Cavalcante é jornalista com 17 anos de experiência, palestrante, mentora e estrategista em comunicação e oratória.

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