
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) negou, nesta quinta-feira, 13, o fechamento do Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac). Durante a entrevista concedida à imprensa, o secretário Pedro Pascoal explicou que os falsos rumores têm como base o Plano Estadual de Desinstitucionalização, elaborado junto ao Ministério Público, que visa humanizar o atendimento aos pacientes e diminuir o número de internações, o que não significa o encerramento das atividades da unidade.
O principal objetivo do plano é a expansão das Redes de Atenção Psicossocial (Raps) para os municípios, fortalecimento dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e estruturação de residências terapêuticas para que o modelo de ‘moradia’ presente no Hosmac não seja o padrão e que os pacientes possam ter acesso a cuidados multidisciplinares e, consequentemente, maior eficácia do tratamento.
“Enquanto não houver uma estruturação da rede a nível estadual, o Hosmac não será fechado. O que há é uma articulação, um compromisso, de orientar todos os municípios para fortalecer as suas redes e seus pontos de atenção, para que a gente consiga ofertar assistência de forma mais próxima da população”, pontuou o secretário.
Os atendimentos no Hosmac seguem em operação. “Nada muda. Os pacientes que são atendidos pelo Hosmac continuarão a ser atendidos. Hoje, nós temos 11 pacientes considerados moradores, que já estão há muito tempo internados. A ideia é justamente que esses pacientes sejam desinstitucionalizados, acompanhado por uma equipe capacitada, para que esse paciente possa ser devolvido a sociedade e dê segmento em seu tratamento em liberdade”, acrescentou.
Pedro Pascoal citou que uma das estratégias para garantir atendimento especializado e individualizado dentro dos municípios, que carecem de profissionais, é a implementação da telemedicina.
“Os CAPS que hoje têm dificuldade em ter os especialistas, podem aderir ao uso da telemedicina, da tele consulta. Ou seja, o médico ou enfermeiro do posto vai estar junto ao paciente, e o especialista irá fazer a avaliação remota e recomendar a terapêutica mais adequada para o caso”.
De acordo com a coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), Cristina Messias, é importante reforçar o valor de um tratamento humanizado. “Ninguém ficará desassistido, nem mesmo na rua, mas as pessoas precisam entender que aqueles que são diagnosticados com transtornos mentais têm o direito de circular e são cidadão, com o direito de estudar, trabalhar, namorar, então é necessário traçar essas alternativas”.
O secretário de Saúde disse lamentar as proporções tomadas pela notícia e citou a paralisação feita em frente ao Hosmac. Segundo Pascoal, a gestão foi vítima de uma narrativa política irresponsável.
“É, realmente, uma narrativa política que usa essa situação de maneira totalmente irresponsável, colocando terror e fazendo paralisação, o que compromete a assistência, porque se há um movimento lá, estamos deixando de atender pacientes em eventuais surtos ou que precisam do acompanhamento, então é algo totalmente irresponsável”, finalizou.








