Rio Branco, 21 de novembro de 2025.

Sem fronteiras 4

Morador diz esperar há quase três anos por reposição de móveis perdidos durante enchente; Fábio Araújo cobra explicações do município

Parlamentar afirmou que gestores da SASDH serão convidados a prestar esclarecimentos na Câmara: Foto Pâmela Celina

A Câmara de Rio Branco realizou nesta quinta-feira, 13, uma Tribuna Popular para debater e fazer uma denúncia referente ao programa Recomeço. A iniciativa destinaria móveis e eletrodomésticos para a população acreana após a enchente que ocorreu em 2023. O debate foi proposto pelo vereador Fábio Araújo (MDB).

O morador do bairro Bahia Nova, Italo Santos, de 32 anos, participou da tribuna e afirmou que aguarda há quase três anos pela reposição dos móveis perdidos durante retorno ao abrigo, no Parque de Exposição Wildy Viana, na região do Segundo Distrito, após a enchente de 2023.

De acordo com Ítalo, o prejuízo ocorreu no momento da desocupação do abrigo. Após erro no preenchimento do nome de sua esposa, a família teve a liberação para retornar à residência, porém, durante o transporte, uma forte chuva danificou o restante dos móveis que possuía, além de documentos pessoais também.

“Perdi tudo. Alguns móveis eu perdi na alagação e outros móveis eu perdi pela gestão municipal, por ter deixado os meus materiais se estragarem em cima de um caminhão. Guarda-roupa, colchão, roupas, até os documentos do meu filho, que é autista. Desde então venho procurando a Prefeitura, e é só promessa atrás de promessa”, relatou o morador.

Segundo o morador, representantes da Prefeitura, como da Secretaria Especial de Assuntos Jurídicos e Atos Oficiais (SEJUR) e da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), foram procurados diversas vezes.

“Mas é sempre a mesma história: pedem duas semanas, pedem 48 horas, e nunca resolvem. Eu só quero o que é meu por direito. Tudo que tenho hoje é doado, como a geladeira e o fogão. As minhas roupas e as dos meus filhos estão guardadas de forma improvisada em um rack”, desabafou.

Ítalo questionou também sobre os móveis que estão guardados no galpão do programa Recomeço.

“Agora fica a pergunta, para que aqueles móveis estão guardados? Para quê? Porque aqueles móveis estão sendo guardados? Para distribuir para quem? Sendo que as famílias que têm prioridade, têm necessidade, estão necessitando desses móveis, e por que não entregam para eles? Fica difícil a situação”, questionou.

O vereador Fábio Araújo (MDB) levou o caso à Tribuna Popular e cobrou explicações da SASDH sobre a demora na entrega dos móveis do programa.

O parlamentar destacou que o caso de Italo é um, entre as várias denúncias semelhantes, sobre a má execução do programa que foi criado para auxiliar famílias afetadas por enchentes.

“Estamos falando de um pai de família que perdeu tudo e ainda espera por uma geladeira, uma cama para o filho dormir. A Prefeitura prometeu resolver, mas nada foi feito. É inaceitável”, declarou.

O vereador também cobrou explicações sobre um suposto furto de equipamentos que ocorreu no galpão onde estão armazenados os móveis do programa.

“Recebemos relatos de que mais de 160 televisores teriam sido roubados. Queremos saber o que realmente aconteceu, onde está o boletim de ocorrência e as imagens das câmeras de segurança. Quando é para criticar vereador que fiscaliza, as câmeras funcionam. Mas no dia do roubo, ninguém viu nada”, acusou.

Conforme Fábio, a SASDH e o diretor responsável pelo setor, que opera o programa Recomeço, serão convocados novamente à Câmara para falar, e explicar, sobre essa situação.

“Os móveis estão lá, o galpão está cheio, e as famílias seguem esperando. Queremos entender qual é o empecilho para atender essas pessoas que foram afetadas pelas enxurradas, sendo que são quem mais precisa”, afirmou o parlamentar.

Compartilhe em suas redes

educação, horta e fazendinha