Rio Branco, 21 de novembro de 2025.

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Choro e revolta de pais e mães com liberdade para colaborador do Colégio Sigma marcam reunião com presença de delegados

Reunião contou com a presença de pais e mães de estudantes: Foto cedida

A reportagem do Portal Acre recebeu, de forma exclusiva, trechos da reunião realizada nesta sexta-feira, 14, no Colégio Sigma, para tratar do grave ocorrido onde um zelador, identificado como “Marcelo”, foi preso após deixar um aparelho celular no banheiro feminino com imagens se masturbando. As imagens foram vistas por crianças de 9 anos.

A escola acionou a polícia que prendeu o homem em flagrante ao verificar em seu celular as imagens pornográficas. No entanto, 24 horas depois, o suspeito foi solto durante Audiência de Custódia.

A reunião foi marcada pela revolta e emoção de pais e mães que choraram ao relatar o lamentável crime.

O incidente foi denunciado a uma inspetora por duas estudantes, com idade entre 10 e 11 anos. Segundo o relato da mãe de uma das crianças, a filha disse que o homem “estava lavando as partes íntimas”, já que não compreendia o que acontecia na gravação. Abalada, a mãe disse, ainda, que não queria levantar críticas á escola em um momento de tensão, mas que estava decepcionada com a forma como o ato de coragem da filha foi tratado pela colaborada.

“Minha filha disse que ficou assustada com o que viu e saiu correndo do banheiro, e procurou uma pessoa, que foi a inspetora. Essa inspetora disse ‘Não falem nada, deixem que eu resolvo essa situação. Vocês têm certeza que foi o Tio Marcelo? Ele nunca faria isso’, e as meninas confirmaram que foi aquilo sim que elas tinham visto. Meu questionamento é a questão da segurança, que foi fraca, falha, ele tinha total acesso ao banheiro feminino, transitava entre os alunos, e essa abordagem da inspetora com as alunas foi, infelizmente, lamentável”, disse.

A mãe também questionou a ausência de monitoramento por câmeras. “Não quero fazer julgamento, mas me desculpe, esse rapaz tem cara de psicopata. E outra coisa, não tem câmeras de segurança, ele ficou muito tempo dentro do banheiro. Nas imagens que a gente viu, ele entrava dentro do banheiro, ia na porta, olhava, como se para saber que as meninas estavam chegando. Eu não quero fazer drama, mas existia um pedófilo andando livre e solto em um ambiente cheio de criança. O colégio precisa rever isso”, acrescentou a mãe.

Nos áudios da reunião, é possível ouvir a fala de uma das diretoras que, bastante abalada, se comprometeu com a segurança das crianças. “Jamais acontecerá um novo fato. Iremos contratar uma pessoa para ficar monitorando e, nem que eu mesma faça isso, cuidaremos dos nossos alunos. Eu sei o que vocês estão sentindo, eu também sou mãe, sou avó de duas meninas, e eu entendo a rigidez que é cobrada e posso prometer que a segurança será redobrada”, pontuou.

Durante a reunião, que contou com a presença de dois delegados, os pais foram informados de que nas investigações iniciais, feitas no aparelho do suspeito, não foram encontrados vídeos pornográficos com crianças.

Uma das maiores indignações dos familiares presentes foi a soltura do suspeito após Audiência de Custódia. Ainda de acordo com o delegado Nilton Boscaro, presente à reunião, a soltura se deu pela falta de provas, já que não foi possível anexar os vídeos encontrados no aparelho devido a demora no processo de análise das imagens.

“O sujeito foi conduzido e o flagrante entregue às 18h na delegacia. Nesse dia específico, havia seis flagrantes na mesma delegacia, uma demanda de quase 2h para cada ocorrência. No dia seguinte, foi encaminhado ao judiciário e seguiu para a audiência de custódia, mas não foi possível anexar os vídeos no sistema naquele momento, devido à demora na análise das imagens. A crítica aqui é que as audiências precisam passar por adequações, porque só vai ter a versão do sujeito, e ocorre a inversão de valores. Imagino que se eles tivessem tido acesso ao vídeo, não haveria relaxamento da prisão”, informou. 

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