Rio Branco, 21 de novembro de 2025.

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Opinião – Segundo Distrito de Rio Branco: uma terra sem lei que deixa a população em pânico

Polícia tem sido mais presente nas ruas, mesmo assim, violência tem crescido na região do Segundo Distrito: Foto Dhárcules Pinheiro/Sejusp

O Segundo Distrito de Rio Branco está se transformando, a cada dia, em uma terra sem lei. A guerra entre facções criminosas parece não ter fim, principalmente nas regiões dos bairros Belo Jardim, Recanto dos Buritis, Canaã e Areal. De um lado, grupos tentam ampliar território; do outro, a população vive acuada, com medo, sem saber quem pode ser a próxima vítima desse fogo cruzado.

Nos primeiros dias de novembro, a violência atingiu níveis alarmantes. Dois homens foram executados Paulo Henrique, de 32 anos, com seis tiros no Belo Jardim I, e Pedro Alves, de 27, com sete tiros no Belo Jardim II. Além disso, quatro tentativas de homicídio foram registradas: um adolescente de 15 anos foi alvejado ao voltar da escola no bairro Santa Inês; Davi Costa foi baleado por dois homens em uma moto no Canaã; um comerciante do Belo Jardim escapou por pouco de um ataque; e na Cidade do Povo, outro homem foi atingido por disparos, registro de assaltos, confrontos com a polícia e a morte de adolescentes envolvidos no crime.

A situação se agrava com uma nova modalidade de terror: sequestros de motoristas de aplicativo. Os criminosos rendem os trabalhadores, usam seus veículos para atacar rivais e, em alguns casos, os libertam depois, quando escapam vivos. Isso tem deixado muitos profissionais com medo de aceitar corridas para o Segundo Distrito, transformando a área em um verdadeiro “mapa vermelho” da capital.

Conversando com moradores, o sentimento é unânime: medo e insegurança. Muitos evitam sair à noite e preferem fazer tudo durante o dia, no menor tempo possível. As pessoas vivem em alerta constante, com medo de balas perdidas invadindo suas casas, ceifando a vida de trabalhadores e pais de família inocentes.

A polícia tem feito o possível nas ruas e suas ações têm evitado que a situação piore, mas é como enxugar gelo. Apesar do aumento do reforço ostensivo nas ruas, claramente, é preciso mais. A Secretaria de Segurança Pública precisar apresentar, URGENTE, um plano concreto para enfrentar essa escalada de violência.

Será que vão esperar o pior, como aconteceu anos atrás, quando criminosos exibiam cabeças de rivais nas redes sociais? Ou vão aguardar que chacinas voltem a ocorrer para agir? A verdade é que os confrontos podem ser entre faccionados, mas respinga, literalmente, o sangue da população. . Inocentes são alvos dessa guerra.

Volto a dizer, a polícia tem feito um esforço enorme, mas é urgente que o governo, por meio das forças de segurança, tome medidas firmes e coordenadas. A informação que circula nas comunidades é preocupante: uma facção do Rio de Janeiro estaria dando suporte ao Bonde dos 13, numa tentativa de eliminar o Comando Vermelho no Acre. Se isso for verdade, o estado caminha para uma escalada ainda maior da violência.

O recado é claro: ou o poder público reage agora, ou o Segundo Distrito será dominado de vez pelo crime organizado. E aí, quem vai proteger o cidadão comum?

Ruan Teixeira é jornalista do Portal Acre.

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