A final do Campeonato Xapuriense de Futebol Amador, realizada no último sábado, 15, no estádio municipal Álvaro Felício Abrahão, que esteve com a arquibancada lotada, além de uma grande festa esportiva representou não apenas o embate de duas equipes em campo, mas de duas histórias, duas realidades e dois modos distintos de viver em Xapuri.
De um lado, o Simitumba, representante da comunidade de mesmo nome localizada no seringal Sibéria, no coração da Reserva Extrativista Chico Mendes. Do outro, o Constantino, time do bairro Constantino Melo Sarkis, uma das comunidades urbanas mais novas, que se formou a partir da necessidade de se fugir das áreas alagadiças das margens do Rio Acre.
O encontro desses dois mundos terminou em um dos jogos mais emocionantes dos últimos anos. O empate em 3×3 no tempo normal acendeu a torcida e manteve a tensão até o último lance. Nos pênaltis, o Simitumba confirmou a ótima campanha e conquistou a taça — levando também uma premiação em dinheiro no valor de R$ 8 mil, a maior da história recente do esporte no município.
Para além do placar, a final mostrou mais uma vez a força do futebol amador de Xapuri como espaço de convivência e expressão cultural. Povoados rurais e bairros urbanos ocuparam o mesmo campo, literalmente dividindo a arquibancada entre bandeiras, famílias e gerações que sempre fizeram do esporte no município um ponto de encontro comunitário.
A competição deste ano também ganhou reconhecimento pela organização. Servidores da Secretaria Municipal de Esportes, árbitros e colaboradores voluntários garantiram uma temporada marcada pela regularidade, segurança e bom nível técnico, dentro dos parâmetros locais.
O secretário de Esportes, Eriberto Mota, destacou o esforço conjunto para o sucesso da realização do certame municipal.
“Esse campeonato é a prova de que quando trabalhamos juntos — servidores, atletas, arbitragem, parceiros e comunidade — o esporte cresce e transforma vidas. Agradeço imensamente a todos que contribuíram para essa grande festa do futebol xapuriense. Nosso compromisso é seguir valorizando nossos atletas e ampliando as oportunidades para o esporte no município.”
Apesar do sucesso da competição e do empenho na sua realização, a decisão entre Simitumba e Constantino também expõe uma realidade que causa certa nostalgia aos apaixonados pelo antigo futebol de Xapuri. Nenhum dos tradicionais times que marcaram época está mais em atividade.
Clubes como América, Santiago, Vasco da Gama, Brasília, Sibéria e Limoeiro desapareceram do cenário esportivo local, deixando apenas memórias de campeonatos que, por décadas, marcaram a rivalidade futebolística da cidade. A final histórica deste ano, portanto, também levanta a reflexão sobre o passado e o futuro do esporte xapuriense.
