Rio Branco, 10 de agosto de 2025.

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Manifestantes endurecem ato, aumentam intervalo de liberação e barram caminhões com gado

O bloqueio da BR-317, realizado por manifestantes contrários à Operação Suçuarana, entrou em seu segundo dia nesta segunda-feira,9 com sinais claros de intensificação. A manifestação, iniciada no domingo (8), no entroncamento com a Estrada da Borracha (AC-485), ganhou novo fôlego após informações de que caminhões-boiadeiros estariam saindo de uma das propriedades com gado apreendido na região da Maloca, dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes.

Caminhões de gado estão sendo impedidos de passar: Foto

Em resposta, os organizadores aumentaram o tempo de bloqueio da rodovia, que antes era liberada a cada 20 minutos, para uma liberação por hora. Além disso, todos os caminhões transportando gado agora estão sendo parados pelos manifestantes, que exigem a apresentação dos Guias de Trânsito Animal (GTAs), com o objetivo de verificar a origem da carga e impedir a saída de qualquer animal das áreas envolvidas na operação.

Embora tenham ocorrido princípios de tumulto com motoristas insatisfeitos com o bloqueio, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que a situação segue sob controle. A corporação acompanha o protesto de perto e monitora o tráfego nos momentos de liberação, evitando confrontos e garantindo o mínimo de fluidez na rodovia federal.

Segundo lideranças do movimento, o bloqueio só não foi total até agora por conta da tentativa de manter o trânsito parcialmente liberado para não prejudicar totalmente a circulação entre os municípios da região. No entanto, o grupo afirma que, caso não obtenha resposta positiva das autoridades até a marca de 72 horas de protesto, a intenção é fechar completamente a rodovia, sem intervalos de liberação.

“Estamos aqui de forma pacífica, mas firmes. Queremos diálogo com o ICMBio e com os governos. Não vamos aceitar ser ignorados enquanto estão tirando nosso gado e ameaçando tirar nosso sustento”, afirmou uma das lideranças locais.

O estopim do protesto foi o avanço da Operação Suçuarana, deflagrada pelo ICMBio no último dia 5 de junho, que mira ocupações consideradas ilegais e pecuária irregular na Região da Maloca, área embargada da Resex. Desde então, produtores rurais afirmam estar sendo prejudicados com apreensão de animais e notificações para desocupação de terras que muitos dizem ocupar há mais de 20 anos.

O ICMBio, por sua vez, sustenta que todas as ações estão amparadas em lei e visam conter o desmatamento, o avanço da pecuária em território protegido e a comercialização irregular de terras públicas.

A região da Maloca é um dos pontos mais críticos da reserva, com histórico de conflitos fundiários e forte pressão socioeconômica. A judicialização da disputa e a ausência de uma política clara de mediação por parte do Estado contribuíram para o agravamento do cenário.

Até o momento, nenhuma autoridade ambiental ou representante do governo federal se pronunciou oficialmente sobre a manifestação ou abriu canal de negociação com os organizadores do protesto. O bloqueio da BR-317, portanto, segue como estratégia de pressão por diálogo e pela liberação do gado apreendido, apontado pelos manifestantes como um dos principais prejuízos gerados pela operação em curso.

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