Rio Branco, 21 de junho de 2025.

Energisa

Acreana supera desafios, transforma corpo e descobre motivação no fisiculturismo

Mudar alguns hábitos podem trazer muitos benefícios para a saúde, seja física ou mental, além de oferecer novas perspectivas para metas e objetivos na vida de uma pessoa. É o caso da acreana Daniele Souza da Silva, de 29 anos, que encontrou na atividade física não apenas um estilo de vida, mas uma forma de superar desafios.

Insatisfação com o corpo motivou transformação de Dani: Foto acervo pessoal

Ex-atleta de taekwondo, Dani atualmente trabalha como guarda vidas e pratica diversos esportes como jiu-jitsu, trilha, corrida e musculação. Mãe de um menino de 5 anos, ela passou por processos pessoais marcantes como uma separação e mudanças drásticas em sua rotina.  

A trajetória de Dani começou após o nascimento do seu filho, período em que lidou com uma grande perda de peso causada pelo estresse e pela ansiedade. Em busca de recuperação, ela passou por uma fase de alimentação descontrolada, engordou muito, até que decidiu dar um basta e tomar as rédeas da sua saúde. O incentivo e inspiração vieram do próprio filho, que desde pequeno já demonstrava interesse por esportes.

Danni começou a granhar perder o controle do peso após a gravidez: Foto arquivo pessoal

“Eu disse: ‘Bom, o que eu vou fazer para ele se espelhar em mim? Vou voltar às minhas atividades’. Eu nunca parei por completo, porque antes da gravidez eu era atleta. Eu precisava estar ativa. Eu era atleta de taekwondo, cheguei a competir fora. Porém, sofri uma lesão e precisei parar completamente com tudo: futebol, treino. Depois disso, veio meu filho e, nesses dois anos, eu fiquei parada. Mas aí eu disse: ‘Não, vou treinar por ele’”, relembra.

Mudança fez com que Dani competisse no fisiculturismo: Foto acervo pessoal

No início, a vergonha e a falta de confiança a impediram de frequentar academias. Por isso, ela optou por fazer atividades ao ar livre (como corrida e treinos funcionais) e em casa (com exercícios mais básicos). Porém, com o tempo e conforme foi ganhando segurança, Dani começou a se dedicar mais seriamente à musculação.

“Comecei a treinar, fui pegando gosto e participando de trilhas, corridas de rua. Foi quando decidi fazer uma dieta. Nunca tinha feito na vida, mas meu corpo mudou de uma forma absurda”, destaca a acreana.

A transição da vida sedentária para uma rotina ativa teve um grande impacto na confiança de Dani. “Antes, eu nem conseguia me olhar no espelho, só pelo retrovisor da moto. Hoje, vejo mudanças no meu corpo, minha autoestima melhorou e até comprei um espelho para me olhar mais. Isso faz muita diferença”, comenta.

Competições de fisiculturismo

A mudança foi muito significativa e com a evolução física, e mental, surgiram os primeiros convites para participar de competições de fisiculturismo. A estreia de Dani aconteceu em maio de 2024, quando aceitou o desafio de participar do NPC Worldwide Musclecontest Duelo de Titas Acre, mesmo sem uma preparação extensa e sem os recursos ideais.

Com esforço e apoio de amigos, ela conseguiu viabilizar a sua participação e conquistar o quarto lugar na competição. “Uma pessoa me incentivou muito, até pagou minha inscrição para que eu participasse. Eu aceitei o desafio, fiz o meu melhor. Depois do campeonato, recebi muitos feedbacks positivos. Foi uma experiência incrível. Ver as pessoas se inspirando em mim, dizendo que começaram a treinar por me ver no palco, é algo que me motiva a continuar”, compartilha.

Dani chega de bicicleta na academia onde treina: Foto Leônidas Badaró

Em uma tarde, sob um sol escaldante, a reportagem do Portal Acre foi acompanhar a rotina de treinos de Dani. A atleta chegou em sua bicicleta, meio de transporte que utiliza para ir até a academia simples, na região do São Francisco, na capital acreana. Os desafios a motivam ainda mais. “Não ter estrutura é diferente de não ter querer fazer. Mas, é claro que a força de vontade precisa ser ainda maior quando se quer superar os desafios”, explica.

Apesar do reconhecimento e identificação com o fisiculturismo, Dani decidiu não competir em 2025 para focar em outros projetos pessoais e investir no amadurecimento de sua performance esportiva. Seu objetivo é ter um retorno mais estruturado em 2026 ou 2027, com uma preparação ainda mais completa.

Principais desafios

Um dos principais desafios enfrentados pela atleta é o custo para manter a rotina de treinos, alimentação especializada e suplementação. Mesmo sem patrocínios fixos, ela conta com sua rede de apoio para seguir no esporte. “Os treinos para competições são mais intensos, exigem um planejamento detalhado. Eu faço o que está ao meu alcance. Sempre priorizo meu filho, então compro o que posso dentro das minhas condições. Muitas vezes, amigos me ajudam com suplementos”, explica.

Mesmo sem recursos, Dani conseguiu transformar o corpo: Foto arquivo pessoal

Além de se dedicar aos esportes, Dani utiliza suas redes sociais para incentivar outras pessoas que buscam ter um estilo de vida mais saudável. Compartilhando sua rotina, desafios e conquistas, ela busca inspirar seus seguidores a não desistirem de seus objetivos. “O processo pode ser difícil, mas a persistência é a chave. Dando 1% a cada dia, uma hora, a meta vai ser alcançada”, enfatiza.

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