Você pode até querer negar, mas, mesmo que, inconscientemente, você, leitor, já cantou uma das músicas dos Cobras Dance.
Nesta semana, os “caras” da música acreana completaram 27 anos de “estrada” e são considerados um “fenômeno” de popularidade por onde passam há quase três décadas.
O grupo surgiu em 1998, em um projeto vindo do hip-hop. Samyron, Delcimar e Neto se conheciam desde a infância. Delcimar morava no Conjunto Esperança, Neto era do Bela Vista e Samyron era da comunidade do Mascarenhas de Morais. A proximidade aconteceu porque os três cantavam rap e dançavam break nas ruas de Rio Branco.
Logo, as músicas dos Cobras Dance e a interação com o público durante as apresentações viraram uma “febre” em todo o Acre e o primeiro álbum foi gravado com nove músicas. Gravado fora do estado, o sucesso foi rápido e o álbum chegou a vender 20 mil cópias nas discolândias, como eram chamadas as lojas de discos. A vendagem representava números muito significativos para a época, que ainda enfrentava a concorrência da pirataria.
“Os shows eram muito esperados, a agenda era lotada com meses de antecedências e logo fizemos o segundo, o terceiro, chegando a sete no total. O mais legal é que a cada disco, uma música estourava e fazia muito sucesso”, afirma Samyron..
Entre os hits de maior sucesso que são lembrados até hoje estão, “Não dá pra namorar”, ´”É na pressão”, “Galinha”, “Valentão”, “A casa caiu”, “Pixote”, “Moleque doido”, e o maior sucesso de todos, “Smurfet”, composição do próprio Samyron.
“Não tem como não se emocionar e agradecer ao público. Já são quase trinta anos e mesmo assim quando gente sobe no palco o público, e muitos não tinham nem nascido nessa época, cantam a música do começo ao fim. Esse sentimento não tem preço”, conta o cantor e compositor Samyron.
O primeiro show foi na Hollywood, uma famosa boate de Rio Branco dos anos 90, o grupo se apresentou ainda em estados com Rondônia, Mato Grosso, Amazonas. O grupo chegou a participar do programa do Ratinho, no SBT, no quadro de maior sucesso que é a apresentação e calouros.
Samyron conta ainda que o grupo sempre esteve envolvido em projetos sociais. “A gente veio da periferia e temos muito orgulho disso. Sempre pregamos a paz e a gente sabe que a música é resistência, a cultura pode ajudar os jovens a fugir do crime”, conta.
Apesar da saída do Delcimar que virou evangélico, o grupo segue firme com Samyron e Neto, fazendo shows e se apresentando em eventos grandes. Em algumas datas comemorativas, o grupo acreano costuma fazer mais sucesso do que as atrações nacionais contratadas pelo poder público.
“Ainda continuamos nas culturas urbanas, levando o hip-hop e seus elementos. Completar 27 anos de carreira não é para todo mundo. O povo acreano sabe reconhecer o nosso valor e se preparem porque estamos chegando com clipes das nossas músicas que fizeram e que fazem sucesso”, finaliza Samyron.
Apresentação dos Cobras Dance no Programa do Ratinho
