Foi inaugurado neste sábado, 28, em Mâncio Lima, o maior complexo industrial de café da agricultura familiar da Região Norte.
O empreendimento é fruto da parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Cooperativa de Café do Juruá (Coopercafé), com apoio do Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Agricultura (Seagri).
O complexo integra o projeto Café Amazônia Sustentável, desenvolvido pela ABDI, e tem como foco o fortalecimento do cooperativismo e a industrialização sustentável do café cultivado por agricultores familiares do Acre.
Com 1.640 m² de área construída, o parque industrial opera com energia elétrica 100% limpa, gerada por 356 painéis solares.
A estrutura também adota práticas como o reuso da água da chuva e uso de lenha certificada.
Toda a produção ocorre em áreas degradadas, sem qualquer desmatamento novo, reforçando o compromisso ambiental do projeto. Segundo a ABDI, foram investidos R$ 10 milhões na iniciativa. R$ 8 milhões aportados pela Agência e R$ 2 milhões pela cooperativa, que hoje reúne 172 produtores cooperados.
A diretora Perpétua Almeida destaca que a proposta está alinhada à política industrial do Governo Federal. “O governo federal, por meio da Nova Indústria Brasil, está realizando o sonho de quem vive do plantio e da colheita do café. Aqui, estamos ajudando os produtores a industrializar a produção, fazendo com que mais dinheiro entre no bolso deles e, com isso, gerando emprego e renda no município”, afirmou.
A capacidade produtiva do complexo é de até 20 mil sacas por safra, somando os processos de beneficiamento e rebeneficiamento do café.
Com isso, a expectativa é de um faturamento de até R$ 40 milhões, a depender da cotação do grão no mercado.
Para o presidente da Coopercafé, Jonas Lima, o empreendimento é um marco para toda a região e deve servir de modelo para outras cadeias produtivas do estado. “Aqui temos uma união de esforços que trouxe esse efeito positivo para a comunidade. Hoje já são mais de 700 pessoas trabalhando na colheita, com diárias que variam entre R$ 200 e R$ 300. Estamos colhendo 700 hectares neste ano e, em 2026, serão cerca de 1.600 hectares. Isso muda a vida das pessoas”, ressaltou.
Jonas também anunciou a ampliação do projeto, com a aquisição de um novo terreno no Ramal 2, em Cruzeiro do Sul, por meio de um projeto da prefeitura do município, para construção de um anexo do complexo que atenderá produtores daquela região.
Parceria com Governo do Estado
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura (Seagri), também tem contribuído para o fortalecimento da cultura cafeeira na região, implanto um movimento de valorização do café acreano.
“Nós começamos esse movimento de valorização do café com o concurso do Café Quali Café e com esse concurso começamos a divulgar a produção de café no estado e iniciou-se um movimento de valorização do nosso café, conseguimos mostrar pro Brasil e pro mundo que o Acre produz café e café de qualidade”, enfatizou Tchê.
Além disso, somente nos últimos meses, Mâncio Lima recebeu da Seagri, 34 mil mudas, 10 toneladas de calcário e 1,5 tonelada de fertilizante, dentre outros insumos.
“Eu não tenho dúvida da qualidade do nosso café. Eu sempre falo que nós não vendemos só café, mas uma história de preservação. Apoiamos com mudas, calcário, adubo, tanques, caminhão para a cooperativa. É uma cooperativa que deu certo e serve de exemplo. Este complexo é um marco para o Acre”, afirmou o secretário de Agricultura, José Luis Tchê.
Tchê adianta que durante a Expoacre Juruá, o governo também lançou uma tecnologia inédita de análise de solo em tempo real, que promete aumentar a produtividade com redução de custos para os produtores rurais.
A inauguração do Complexo de Café marca uma virada de chave na agricultura do Vale do Juruá, unindo sustentabilidade, inovação e justiça social, com o protagonismo da agricultura familiar como motor do desenvolvimento.logo mais.
