Rio Branco, 8 de julho de 2025.

Sem Fronteira

Com casos de sarampo na Bolívia, saúde do Acre implementa medidas para evitar a reintrodução da doença

Coordenadora de imunização lembrou que a vacina é a única forma de prevenção ao sarampo: Foto Luís Oliveira/Portal Acre

A Saúde do Estado do Acre está em alerta após 80 casos de sarampo serem registrados na Bolívia, país que faz fronteira com o estado. Na manhã desta terça-feira, 8, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesacre), realizou uma coletiva de imprensa para prestar orientações e informativos à população acreana. As medidas buscam evitar a reintrodução da doença no estado e intensificar a vigilância epidemiológica nas fronteiras.

Dos 80 casos, a maioria foi registrado no Departamento de Santa Cruz e em La Paz, Potosí, Cobija e em municípios próximos ao interior do Acre, como Brasiléia, Epitaciolândia e Assis Brasil, o que reforça a necessidade de conscientizar a população sobre a importância da prevenção.

O surto está associado ao grande fluxo de pessoas de diferentes países em áreas fronteiriças. Apesar de nenhum caso ter sido registrado no Acre, a Saúde está atuando de forma preventiva e se preparando para detectar possíveis casos suspeitos, já que os sintomas se assemelham a outras doenças virais.

A vacina é a única forma de prevenir o sarampo e é recomendada para pessoas de todas as idades, principalmente crianças, já que estão mais suscetíveis a quadros graves da doença. Segundo a coordenadora estadual do Programa Nacional de Imunizações, Renata Quiles, a cobertura vacinal entre jovens e adultos ainda é insatisfatória.

“Em relação a 2024 e 2025, a gente tem entre as crianças menores de dois anos, uma cobertura de primeira dose satisfatória, mas a segunda dose já é insatisfatória, ou seja, está abaixo da meta de 95%, mas lembramos que temos jovens e adultos não vacinados, sem conhecimento de seu histórico vacinal e essa doença é perigosa, principalmente para as crianças, e é de alta transmissibilidade, mais até do que o COVID”, explica a coordenadora.

A recomendação é de que entre 1 e 29 anos de idade, se tenha tomado as duas doses da vacina. Acima de 30 anos e até os 59 anos, uma dose é suficiente.

“Essa vacina pode estar registrada na sua cardeneta como TV, DV, tríplice viral ou SRC. Procure identificar se você tem essas doses e caso identifique, procure qualquer unidade de saúde do estado. Nós já temos salas de vacinas totalmente abastecidas com imunobiológicos e com as doses de reforço”, orientou Quiles.

A médica infectologista Cirley Lobato explica que a transmissão se dá por meio de gotículas, seja pela tosse, fala, espirros e gera sintomas como febre, dor de cabeça e manchas no corpo. Em casos graves, a doença pode evoluir para um quadro de pneumonia, amigdalite e até mesmo, levar a óbito.

“Se você tiver manifestações clínicas [sintomas], procure atendimento médico e faça os exames laboratoriais. Se tiver os sintomas, fique em casa, porque o maior risco de transmissão é quando você tem muita gente por perto. Evite aglomerar”, salientou.

Lobato ainda acrescentou que as doenças virais apresentam sintomas semelhantes e que a saúde está preparada para identificar possíveis casos de sarampo no estado do Acre. “Os colegas já estão sabendo dos casos e nossa maior preocupação é que se pense na possibilidade de ser um caso de sarampo, porque se você não pensa, você não dá o diagnóstico. E os colegas estão sendo orientados a prestar atenção nisso”, concluiu.

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