
Um grupo de mães cuidadoras da Rede Observatório BPC (Benefício de Prestação Continuada), se reuniram nesta terça-feira, 12, na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), em um ato de mobilização contra a medida provisória aprovada na Câmara dos Deputados, que cria o programa de gestão dos benefícios mas que, segundo elas, não apresenta mecanismos de resolução para o principal problema enfrentado pelas famílias atípicas: filas gigantescas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Em entrevista ao Portal Acre, a coordenadora da associação, Alcione Fernandes, explicou que a reivindicação acontece a nível nacional. “Essa mobilização acontece no país inteiro, em todos os estados, e nós estamos aqui no Acre em nome da Rede Observatório BPC, que é uma grande família e atende diversos tipos de deficiência, e a gente está aqui como um pedido de socorro aos deputados, para que eles nos ajudem, porque estamos lutando contra essa medida. Uma medida que não apresenta nada sobre o principal problema enfrentado pelos cidadãos que precisam do INSS, que são as filas, e isso já vem se agravando há muito tempo “, disse a coordenadora.
Alcione Fernandes definiu a ausência de cuidado com os cidadãos atípicos uma atrocidade. “Essa medida será votada hoje no Senado, a partir das 14h, e nós conseguimos fazer com que os deputados escutassem a nova reivindicação e a gente considera isso uma vitória muito grande, porque eles falaram que irão falar com o senador de cada partido e fazer com que eles nos ajudem, porque isso é grave, tem família passando fome”, acrescentou.
A coordenadora também pediu atenção e urgência na mudança do quadro de trabalhadores do INSS, pedindo por pessoas capacitadas e especializadas.
“Tem dentista julgando laudo de crianças com autismo e isso não existe. Eles precisam adotar profissionais na área para poder julgar uma deficiência. Então todo mundo está se mobilizando nesse dia 12, porque essa atrocidade está matando pessoas, tirando o direito de crianças com problemas neurológicos. Não tem como uma criança com autismo, nível 1, 2 ou 3 de suporte, fazer uma terapia e tomar uma medicação, e ficar bem na semana seguinte. É uma questão para a vida toda e nós, mães, precisamos reivindicar nossos direitos, porque abdicamos da nossa vida para cuidar deles. Não podemos trabalhar, não podemos casar, então eles precisam ser cuidados”.