Rio Branco, 28 de setembro de 2025.

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Escola do Acre desenvolve projeto que cria pH sustentável com pigmentos naturais presentes em flores da Amazônia e que pode ajudar agricultura familiar

Alunos que desenvolvem o projeto na escola João Calvino: Foto cedida

A Escola Presbiteriana João Calvino está desenvolvendo um projeto que utiliza pigmentos naturais presentes em flores para criar um indicador de pH sustentável, seguro e acessível para a área da agricultura.

Com o título “Indicador de pH (índice de acidez) sustentável a base de flores da nossa Amazônia para análises de solos e plantios”, o projeto é uma forma de auxiliar agricultores que enfrentam o desafio diário de plantar em solos ácidos ou alcalinos sem acesso a ferramentas confiáveis e de baixo custo para medir o pH.

Tal dificuldade compromete a produtividade agrícola e intensifica desigualdades sociais, tendo em vista que métodos convencionais — como indicadores sintéticos e equipamentos laboratoriais — são caros, poluentes e inacessíveis para comunidades vulneráveis.

O estudo surge como uma forma de mudar essa realidade. A pesquisa é desenvolvida  pelos estudantes Caio Samuel de Queiroz Costa, Maria Eduarda Menezes Rocha, Mariah Silva da Costa Louzada e Sophia Beatrice da Silva Serra, auxiliados pelo orientador Paulo Cezar Augusto e pelo coorientador José Wagner de Souza Cavalcante Filho.

“O projeto consiste na criação e elaboração de um indicador de pH (índice de acidez dos solos) a partir das nossas flores da Amazônia (nossa região), de baixo custo econômico, biodegradável, não causa nenhum tipo de poluição ao nosso meio ambiente, além de estar ao alcance de todos que trabalham na agricultura e plantios”, explica o orientador da pesquisa, Paulo Cezar Augusto.

Conforme Paulo, o trabalho é, acima de tudo, uma ferramenta simples que auxilia nas análises de solos mais adequados para sistemas de plantações. “Facilitando a vida do nosso agricultor que, na maioria das vezes, não tem acesso às tecnologias e sistemas mais avançados de plantio e colheita”, complementa.

Projeto utiliza pigmentos naturais presentes em flores: Foto cedida

Proposta transformada

O projeto tem como pressuposto usar as antocianinas — pigmentos naturais presentes em flores — para criar o pH sustentável. Os pigmentos mudam de cor de acordo com a acidez ou alcalinidade do meio. Tal fato permite que os agricultores, as escolas e as comunidades avaliem o pH do solo sem depender de insumos caros ou prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

A pesquisa se posiciona como um produto social e ambiental que alia ciência, sustentabilidade e inclusão. Além disso, tem imenso impacto educacional pois aproxima os estudantes da ciência de maneira interativa e consciente.

A estudante Mariah Silva da Costa, de 17 anos, reforça que o método se mostrou simples, seguro, de baixo custo e ambientalmente sustentável.

“Podendo substituir indicadores sintéticos que prejudicam o solo. Sua aplicação prática na agricultura permite identificar o pH do solo de forma rápida, contribuindo para o planejamento eficiente do plantio e manejo das culturas. Ademais, o estudo reforça a importância de soluções naturais como alternativa viável, educativa e sustentável para monitoramento de pH, tanto em contextos escolares quanto agrícolas”, detalha.

Integrante do projeto há cinco meses, a aluna do 2º ano enxerga a potencialidade da pesquisa. “Como uma estudante da região Norte, vejo que esse projeto é promissor já que o nosso foco é preservar o solo amazônico não apenas para plantio, mas também por ter a história do nosso povo”, argumenta.

Projeto desenvolvido na escola pode ajudar pequenos produtores rurais: Foto cedida

Incentivo a pesquisa

Paulo destaca também que a Escola João Calvino trabalha com projetos de Iniciação Científica há mais de 13 anos. “Buscamos aliar os conceitos teóricos de nossa base curricular, bem como as práticas voltadas para tais conteúdos. Trabalhamos a pesquisa científica com nossos alunos buscando desenvolver o senso crítico, investigativo, relacionado às problemáticas de nosso cotidiano e a nossa comunidade.  Dessa forma, aliamos nossa prática educacional com os processos científicos de ensino e aprendizagem”, enfatiza.

Conheça mais do projeto:

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