Imagens enviadas ao Portal Acre nesta quarta-feira, 3, mostram túmulos quebrados e em estado de abandono no cemitério Jardim da Saudade, o maior em extensão da cidade de Rio Branco, localizado no bairro Tancredo Neves. Nos vídeos, é possível visualizar ossos e vestimentas expostos.
Segundo o relato da fonte, que optou por não se identificar, o episódio revela a necessidade de investir em manutenção e reformas. “Fui enterrar um familiar e me deparei com isso, dezenas de corpos à mostra. E esse tipo de situação envolve várias questões, tanto de segurança como da necessidade de investir em manutenção e reformas. A exposição dos corpos em um cemitério é um problema sério de ordem estrutural, sanitária e de respeito às famílias”, disse.

Ainda de acordo com as informações repassadas, a denunciante acredita que o problema possa estar relacionado a falta de vigilância. “Essa ausência pode facilitar o vandalismo ou depredações, mas além de investir em segurança, é preciso investir em melhorias de infraestrutura e garantir que os túmulos e o espaço sejam preservados. Não é só um problema de segurança, é um problema de gestão e de conservação adequada do local”, acrescentou.
O Portal Acre procurou respostas junto à Secretaria Municipal de Cuidados da Cidade (SMCCI), que informou que o cuidado dos túmulos, por lei, é de responsabilidade das famílias e que os órgãos municipais atuam na manutenção e cuidado do espaço de maneira ampla, mantendo a limpeza, serviços de roçagem e garantindo iluminação e agentes de segurança.
“Rio Branco possui a lei 1.089, que diz de forma muito clara, que a sepultura e os lotes de terra que pertencem às famílias, são de responsabilidade da família. É dever dos responsáveis legais tratar, administrar e dar os serviços de manutenção a essas sepulturas. A nossa função é manter a administração pública do local, manter as ruas do cemitério limpo, os serviços de manutenção, o acompanhamento noturno, que é feito em sistema de plantão, porque o cemitério nunca fecha, então é um trabalho conjunto do órgão e das famílias”, pontuou o diretor operacional da SMCCI, Anderson Santana.
Além disso, Santana destaca que, no momento em que as equipes percebem situações de precariedade e túmulos que precisam de reparos, as famílias são acionadas. “A gente busca, de todas as formas, o contato com a família, e com sorte, temos êxito. Infelizmente, muitos abandonam os seus familiares já falecidos e somos nós que tentamos fazer algum tipo de reparo, com madeiras, porque tem sepulturas que perdem a tampa total, porque o concreto cede. Porque tem casos onde o túmulo já está há mais de 10 anos sem visita”.
Em relação à segurança do espaço, o diretor operacional compartilhou que a obra do muro do cemitério já consta no planejamento da prefeitura.
Veja o vídeo (As imagens a seguir podem causar desconforto):