Por Mileny Andrade (estagiária), sob supervisão de Daigleíne Cavalcante
O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira, 9, revela que o automóvel é o principal meio de transporte utilizado pelos brasileiros no deslocamento para o trabalho. No entanto, a realidade da Região Norte se diferencia do restante do país.
Segundo os dados, a motocicleta é o principal meio de transporte para o trabalho no Norte, usada por 28,5% dos trabalhadores, o maior percentual entre todas as regiões brasileiras. Já o automóvel aparece em seguida, sendo utilizado por pouco mais de um quinto da população ocupada (21,8%), percentual inferior à média nacional de 32,3%.
Em relação ao transporte coletivo, o uso do ônibus é menor no Norte (16,0%) do que em outras regiões, como o Sudeste, onde o modal representa 26,6% dos deslocamentos para o trabalho. O levantamento também mostra que o Norte é a única região do país onde o transporte por hidrovias ultrapassa 2% dos deslocamentos, totalizando 124 mil trabalhadores que utilizam embarcações como meio principal para chegar ao trabalho, um reflexo das características geográficas e da importância dos rios na mobilidade regional.
O Censo ainda destaca o comportamento do Acre, que aparece entre os estados com menor proporção de uso do ônibus como meio principal para o trabalho, com apenas 7,1% da população ocupada utilizando esse transporte.
Por outro lado, o estado se destaca no uso de bicicleta, que é o principal meio de deslocamento para 13,3% dos trabalhadores, um dos maiores índices do país, atrás apenas do Amapá (17,4%).
Em relação ao deslocamento para estudo, a Região Norte também apresenta diferenças em relação à média nacional. Apenas 4,0% dos estudantes se deslocam para outro município para estudar, proporção bem abaixo da média brasileira de 7,2%. Por outro lado, a região tem proporção dobrada de deslocamentos para países estrangeiros (0,2%), número impulsionado pelas áreas de fronteira, onde há maior circulação entre cidades brasileiras e estrangeiras.
Os dados do IBGE reforçam a diversidade das formas de mobilidade no país, evidenciando que as características territoriais da Região Norte, como grandes distâncias, rios extensos e concentração urbana em poucos centros, influenciam diretamente o modo como a população se desloca.
