Rio Branco, 15 de outubro de 2025.

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Exposição “A Madeira me Contou” traz expressão da tradição e reflexão sobre conservação da biodiversidade amazônica

Com esculturas produzidas por Agentes Agroflorestais Indígenas (AAFIs), criadas a partir de madeira caída da floresta, a exposição “A Madeira me Contou – estamos esculpindo nossa história” está aberta a visitação até o dia 21 de novembro, na Galeria de Exposições Sansão Pereira, no Museu dos Povos Acreanos, em Rio Branco. O evento é gratuito.

Exposição segue até dia 21 de novembro. Foto: Redes Sociais CPI-Acre

A exposição fica disponível das 9h às 18h e apresenta 20 esculturas, gamelas e outras peças confeccionadas com madeiras reaproveitadas, recolhidas de roçados e matas derrubadas. Todas foram transformadas em arte sem causar danos à floresta, reafirmando o compromisso com a sustentabilidade e o respeito à natureza.

As obras, criadas entre 2010 e 2024 por Agentes Agroflorestais Indígenas (AAFIs), são resultado da disciplina de Artes e Ofícios dos Cursos de Formação realizados pela Comissão Pró-Indígenas do Acre (CPI-Acre). As peças refletem tradições mitológicas, espirituais e ancestrais, além de expressarem a relação entre o fazer artístico e a proteção da floresta amazônica.

Desde 1996, a disciplina de Artes e Ofícios integra a formação dos AAFIs, promovendo a integração entre educação ambiental, memória cultural e revitalização de identidades indígenas. Nesse espaço, os agentes desenvolvem habilidades técnicas e artísticas, valorizando o uso consciente dos recursos naturais e a transmissão de saberes tradicionais.

“Para nós, da CPI-Acre, essa oportunidade de estar junto com os Agentes Agroflorestais Indígenas, mostrando para a sociedade de Rio Branco essa arte em madeira, é bastante significativa. São poucos os espaços que temos para mostrar o talento e a criatividade dos artistas indígenas, juntando arte, culturas e sustentabilidade. Trazer para o conceito de reutilizar, repensar e reciclar, usando madeiras que seriam descartadas para transformá-las em esculturas mitológicas e peças para uso no dia a dia, como as gamelas. A exposição valoriza o Acre, os conhecimentos indígenas, a arte e os agentes agroflorestais indígenas”, destacou Vera Olinda Sena de Paiva, coordenadora executiva da CPI-Acre.

Segundo o AAFI Dielle Costa da Silva (Ni Hãsi), da aldeia Haka, Terra Indígena Nukini, que participou do último curso de formação no Centro de Formação dos Povos da Floresta (CFPF), a prática artística é uma forma de manter viva a identidade e a sabedoria ancestral dos povos indígenas. “A importância das artes e ofícios indígenas está em preservar, valorizar e transmitir os saberes tradicionais que fazem parte da nossa história e da nossa identidade. Através dessas práticas — como a pintura corporal, a cerâmica, a cestaria, a tecelagem e o trabalho com troncos de madeira — representamos nossas histórias e as passamos de geração em geração. As artes e ofícios indígenas são mais do que trabalhos manuais; são formas de expressão cultural, espiritual e social que mantêm viva a essência e a sabedoria dos povos indígenas”, afirmou Dielle.

Para mais informações basta acompanhar o Instagram da Comissão Pró-Indígenas do Acre (@proindigenasacre).

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