A Câmara de Vereadores realizou nesta segunda-feira, 13, uma audiência pública para debater a questão do transporte coletivo na capital acreana. O debate contou com a presença de estudantes, lideranças comunitárias e vereadores.
A proposta da discussão foi do vereador Eber Machado (MDB) e teve como objetivo ouvir a população e buscar soluções para os problemas enfrentados pelos usuários do sistema.

A audiência, porém, também foi marcada pela ausência de autoridades e representantes de instituições diretamente ligadas ao transporte público como da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans), do Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran/AC), do Ministério Público do Acre (MPAC) e da Ricco Transportes (concessionária do serviço na cidade).
“Isso demonstra que não há interesse, por parte das autoridades, em tratar desse tema. Tenho repetido constantemente: todos nós, vereadores, temos procurado fazer a nossa parte. Mas, infelizmente, o poder público está virando as costas para a pauta do transporte público oferecido em nossa cidade. E isso não pode ser aceito. É inadmissível o que estamos vivendo. Fica evidente que o poder público não quer assumir compromisso com essa questão”, afirmou Eber Machado.

Na audiência, moradores e estudantes relataram as dificuldades enfrentadas com o atual serviço como atrasos, falta de ônibus em determinados bairros e problemas de acessibilidade.
O presidente do Centro Acadêmico de Licenciatura em Educação Física da Universidade do Acre (Ufac), João Menezes, falou sobre os impactos que estas situações têm para os estudantes.
“Temos enfrentado dificuldades para chegar à universidade. Muitos alunos estão perdendo aulas e avaliações por conta da escassez de ônibus. Alunos cadeirantes, por exemplo, enfrentam obstáculos por falta de veículos adaptados. Hoje é importante falarmos sobre o transporte coletivo como um todo, deixar de lado as diferenças e lutar por um transporte coletivo de qualidade e precisamos mesmo falar sobre medidas urgentes e efetivas para esse tema”, afirmou o estudante.
O representante da União Municipal das Associações de Moradores de Rio Branco (UMAMRB), Jorge Wendeson, conhecido como Nego, também expressou preocupação com o atual cenário e pediu mais atenção do poder público. Segundo Wendeson, o transporte coletivo afeta diretamente a mobilidade da população e o acesso a direitos como educação e trabalho.
“Essa situação tem dificultado a vida de muitos moradores. O objetivo aqui é buscar diálogo e soluções que melhorem o serviço e junto a essa casa, com todos os vereadores, sei que vamos poder caminhar mais um pouco”, disse o representante.
Durante o encontro, o vereador Eber Machado (MDB) retomou a questão da Comissão parlamentar de inquérito (CPI) do transporte coletivo, pauta defendida pelo vereador, e outros líderes comunitários também se manifestaram em relação ao cenário do sistema de transporte público de Rio Branco.