
A mãe do pequeno Enzo Gabriel de Oliveira, de 6 anos, procurou a reportagem do Portal Acre para denunciar que seu filho está há cerca de 2 anos na lista de espera para realizar uma cirurgia para tratar o aumento das adenoides (conhecida como hipermetropia adenoideana).
Conforme Rizenda Martins, de 46 anos, Enzo, que é diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), nasceu com problemas respiratórios e, desde mais novo, fez acompanhamento com um médico otorrinolaringologista (médico especialista em doenças do ouvido, nariz, garganta e pescoço) na Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre).
Rizenda detalha que foi em uma consulta com a pediatra do Centro Especializado em Reabilitação (CER III), que faz o acompanhamento de Enzo, foi feito alguns exames, como raio-X, e foi orientada a uma consulta com o otorrinolaringologista na Fundação, já que a criança tem piorado e existe uma provável indicação de cirurgia.
“Agendei e já vai fazer dois anos. Toda vez que ele vai se consultar com a pediatra, ela pergunta se já foi feita a consulta com o otorrino e eu falo que não. A médica fica pedindo raio-x para ver como é que está. Eu fiz poucos dias atrás e a pediatra falou que o Enzo tem que ser consultado urgente. O diagnóstico é adenoide, ele está na lista de espera para passar por uma consulta ainda, para depois fazer a cirurgia com urgência, porque já está com muito tempo que ele sofre”, afirma.
Segundo Rizenda, há cerca de um mês, Enzo está com problemas na respiração e com dificuldades para dormir à noite. “O nariz dele fechou e o pulmão está comprometido, está fechando e a dificuldade de respirar impede que durma. Ele toma fôlego e passa ‘horas’ para retornar”, detalha com preocupação.
Além da urgência pela cirurgia, Rizenda afirma que Enzo também necessita de atendimento na neuropediatria. “Está com quase quatro anos que eles não chamam, não tem vaga. O correto é fazer o acompanhamento de 3 em 3 meses, mas fazem três anos que isso não acontece. Ele precisa dos remédios dele, e, para isso, é necessário fazer nova avaliação e esse pessoal não chama. Eu preciso das duas consultas, mas a mais urgente é a do otorrino”, ressalta.
Rizenda acrescenta ainda. “A gente passa a noite em claro, ainda tem que estudar com sono, com dor de cabeça. O Enzo sente muita dor de cabeça, dor no peito. Semana passada ele estava muito mal mesmo. A médica pediu para ele usar alguns remédios urgentemente para tentar melhorar um pouco. Ele ainda tá usando, só que é muito forte”, acrescenta.
O pequeno Enzo Gabriel também necessita realizar, de três em três meses, alguns exames pois está com o colesterol alto. “Então, ele é acompanhado pela pediatra e nutricionista. As duas precisam desses exames nesse período de tempo, além de ser necessário fazer dieta também. O Enzo também é acompanhado pela fonoaudióloga, psicóloga e terapeuta”, explica.
Moradora do bairro Bahia Nova, Rizenda enfatiza que tudo o que mais quer é ajuda para o seu filho. “A gente não aguenta mais ficar sem dormir há muito tempo. Ele fica sem fôlego, fica com falta de ar dentro da rede. Eu já estou cansada de sair de casa sem ter dinheiro para correr atrás”, desabafa.

De acordo com a mãe de Enzo, a assistência social da Fundhacre foi procurada, mas sempre recebe a mesma resposta: que deve esperar. “E o menino está piorando. Ele não dorme mais à noite. A pediatra do CER III, onde faz terapia, passou o remédio para dar uma amenizada até chegar essa consulta com o otorrino. O Enzo está usando agora, mas também não pode ficar usando por muito tempo porque é muito forte e agita o coração”, descreve.
Rizenda diz que também já procurou a Defensoria Pública, o Ministério Público e a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), mas não obteve nenhuma resposta. “No caso da Sesacre, dizem que vão chamar, depois eu vou até lá novamente e falam que já tentaram ligar para a família, sendo que não ligaram”, declara.
A reportagem do Portal Acre entrou em contato com a Sesacre para obter um posicionamento sobre toda essa situação, mas até o fechamento desta reportagem não houve resposta. O espaço segue aberto.








