Rio Branco, 17 de outubro de 2025.

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Brasil conquista topo no Mundial paralímpico de atletismo; Acreana é recordista com duas medalhas de ouro

Com 13 medalhas, acreana se tornou a maior medalhista do Brasil em mundiais: Foto REUTERS

Mileny Andrade (estagiária), sob supervisão de Leônidas Badaró

O Acre tem um novo motivo para se orgulhar. A velocista Jerusa Geber, nascida em Rio Branco, escreveu neste domingo (5) um dos capítulos mais marcantes do atletismo brasileiro ao conquistar o bicampeonato mundial nos 200 metros T11, durante o Mundial Paralímpico de Atletismo, em Nova Déli, na Índia.

Com o resultado, Jerusa chegou à impressionante marca de 13 medalhas em campeonatos mundiais, superando o recorde de Terezinha Guilhermina e se tornando a maior medalhista do Brasil, entre homens e mulheres, na história da competição.

A acreana cruzou a linha de chegada em 24s88, seu melhor tempo na temporada, acompanhada do guia Gabriel Garcia, e garantiu mais um ouro para o país. A chinesa Liu Yiming ficou com a prata (25s54) e a brasileira Thalita Simplício completou o pódio, com o bronze (25s97).

Orgulho do Acre e do Brasil

Natural de Rio Branco, Jerusa nasceu completamente cega e, ainda jovem, fez cirurgias que lhe permitiram enxergar parcialmente por um tempo. Aos 18 anos, perdeu novamente a visão e, aos 19, conheceu o esporte paralímpico, caminho que transformaria sua vida.

De lá pra cá, foram anos de superação, treinos intensos e conquistas históricas, que agora a consagram como um dos maiores nomes do esporte nacional. Aos 43 anos, Jerusa soma sete ouros, cinco pratas e um bronze em mundiais, além de seis medalhas paralímpicas.

“Estou muito feliz: meus dois objetivos foram concluídos com sucesso, o tetra e me tornar a maior medalhista. Saio sem dor, sem lesão, e muito grata a todos que torceram por mim. E é claro que quero mais: quero penta, quero hexa, quero tudo. Até onde eu aguentar, quero ir”, comemorou a acreana após a  prova.

Brasil no topo do mundo

O desempenho de Jerusa foi fundamental para o resultado inédito da delegação brasileira, que terminou o Mundial no topo do quadro de medalhas pela primeira vez na história, com 15 ouros, 20 pratas e 9 bronzes, superando a China, que havia liderado as últimas cinco edições.

As medalhas vieram de 15 estados das cinco regiões do país, destacando a força do esporte paralímpico brasileiro de norte a sul. Entre os grandes nomes, além da acreana Jerusa, estão a amapaense Wanna Brito (arremesso de peso F32) e o potiguar Petrúcio Ferreira (100m T47).

A conquista de Jerusa Geber não é apenas um marco pessoal, mas um símbolo de resistência, inspiração e orgulho para o Acre, um estado que, mais uma vez, mostra seu talento e potência no cenário esportivo mundial.

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