A trágica morte da servidora pública Juliana Chaar Marçal, de 36 anos, ocorrida no último sábado, 21, chocou a população acreana. Relatos de testemunhas e imagens de câmera de segurança apontam que uma confusão, com início nas dependências da casa noturna Dibuteco, em Rio Branco, motivou o crime. Após saírem do local, o suspeito Diego Luiz Gois Passos, de 27 anos, teria avançado de forma proposital contra Juliana Chaar e seu amigo, Keldheky Maia, o que causou a morte da servidora horas depois, no Pronto Socorro da capital.

O advogado Keldheky Maia, que efetuou disparos em via pública durante a confusão, foi preso por porte ilegal de arma. Após decisão judicial, Maia está em liberdade provisória.
Em entrevista ao Portal Acre, o advogado da família e primo de Juliana Chaar, Vandré Prado, declarou que a família luta para que o caso não caia no esquecimento e que o culpado seja devidamente responsabilizado. “Vou permanecer nessa luta nessa parte institucional e buscar dialogar para que esse caso não caia no esquecimento e não se torne mais um em meio a tanta violência”, disse o advogado.
Até o momento, apesar do mandado de prisão decretado na última segunda-feira, 23, Diego Luiz Gois Passos não se apresentou à polícia. “O suspeito foi identificado, já foi expedido um mandado de prisão, mas ele permanece foragido. Desde o dia do crime, a defesa do suspeito tem usado essa estratégia de dizer que ele vai se apresentar, mas não o faz, e estão tentando o relaxamento da prisão dele, e acreditamos que não vão conseguir, porque confiamos no judiciário. O pedido de prisão foi feito com base nas provas”, explica Vandré Prado.
A família teme que o suspeito não seja preso e que o crime permaneça impune.
“O que cobramos agora são respostas, sobre onde está essa pessoa, que ela se apresente e seja responsabilizado, porque ele já vai ter um direito muito maior do que a Juliana já teve. O direito de se defender. Mas ele precisa estar preso, assumir e ser responsabilizado. Nosso apelo é para que haja um esforço para localizar essa pessoa para que a família não tenha que conviver com esse sentimento de impunidade”.
Segundo o advogado, em informações extra oficiais, há relatos de que pessoas próximas ao suspeito e ligados ao sistema de segurança estariam auxiliando a fuga. “Eu acho que isso é o que mais dói, saber quem fez, que tem um nome, que se chama Diego Luiz Gois Passos, saber e ver a imagem dele, ver tudo o que ele fez e ele simplesmente achar que pode sumir. Nós ouvimos que a polícia está negociando a apresentação dele e não conseguimos entender que negociação é essa que, para ele, o que interessa é não ser preso”, lamenta.
O apelo do advogado e demais familiares é para que as pessoas que estejam ajudando o suspeito a fugir, se lembrem de que o ato configura crime. “A gente não pode normalizar uma situação como essa, que essa brutalidade toda e as pessoas continuem vivendo as suas vidas normalmente, como se nada tivesse acontecido”, completou.
Com pesar, Vandré Prado lembrou sobre o quão especial era conviver com Juliana Chaar. O velório, um momento de últimas homenagens à vítima, contou com a presença de pessoas que faziam parte de seu dia a dia, como o mecânico e a diarista da vítima.. Para a família, a presença dos amigos de Juliana revelam como sua gentileza e presença alcançaram todos que conviviam com ela.
“As pessoas mais simples do convívio dela, do cotidiano, podem afirmar o quão especial ela era. Nenhum ser humano merece o que aconteceu ali, muito menos a Juliana. Precisamos de uma resposta e ter o mínimo de segurança, de respeito às leis e de respeito à vida. Isso realmente é um clamor para que a sociedade, as autoridades, faça com que essa pessoa pague pelo crime que cometeu, porque não foi um acidente”.
Para Vandré Prado, não há dúvidas de que o atropelamento foi intencional. “Foi um crime, foi um atropelamento intencional, onde ele tinha opções de fugir, de sair, de fazer qualquer coisa, mas ele optou, decidiu atropelar, decidiu matar as pessoas que estavam ali. E a Juliana pagou com a vida. E a gente não pode aceitar, nem normalizar isso e achar que é uma coisa natural”.