Rio Branco, 17 de julho de 2025.

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Acre decreta situação de emergência em saúde por risco de surto de sarampo

Medida considera o parecer epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde Foto: ilustração internet

O governo do Acre decretou situação de emergência em saúde pública por 90 dias devido à reemergência e ao risco iminente de disseminação do sarampo no estado. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quinta-feira, 17.

A medida considera o parecer epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), que aponta uma ameaça global e regional diante do aumento expressivo de casos da doença, uma infecção viral aguda, altamente contagiosa, transmitida por via aérea e capaz de infectar até 90% das pessoas suscetíveis, podendo provocar complicações graves, sequelas imunológicas e até mortes.

O documento ressalta que, após avanços no controle do sarampo, inclusive com a eliminação da doença em várias regiões do mundo, os números voltaram a crescer de forma alarmante nos últimos anos. Em 2024, mais de 700 mil casos suspeitos foram notificados em 184 países, com mais de 350 mil confirmações.

O cenário se agravou em 2025. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), até 6 de junho foram registrados mais de 180 mil casos suspeitos e mais de 80 mil confirmados em 168 países. As regiões com maior incidência são o Mediterrâneo Oriental (35%), a África (21%) e a Europa (16%).

Na América do Sul, a situação é crítica. Somente no primeiro semestre deste ano, mais de 7 mil casos foram confirmados nas Américas, com 13 mortes. O número representa um aumento de quase 30 vezes em relação ao mesmo período do ano anterior. A Bolívia, que faz fronteira com o Acre, decretou emergência nacional após confirmar mais de 100 casos.

Além do aumento de registros, o perfil da doença também mudou. Antes considerada uma enfermidade predominantemente infantil, o sarampo hoje atinge com frequência jovens e adultos entre 10 e 29 anos, evidenciando falhas na cobertura vacinal em diversas faixas etárias.

No Acre, a taxa de imunização está abaixo dos 95% recomendados pelos órgãos de saúde. A desigualdade entre os municípios e o alto índice de abandono do esquema vacinal completo elevam o risco de surtos.

Diante desse cenário, o decreto autoriza a Sesacre a coordenar e intensificar ações de combate ao sarampo, editar normas necessárias e adotar medidas administrativas urgentes. Também está autorizada a realização de despesas essenciais para garantir a resposta rápida do poder público à ameaça, com prioridade para as demandas da saúde.

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