Rio Branco, 25 de junho de 2025.

Cetrin

Arriba Saia e Explosão Junina celebram a fé em apresentações no Arraial Cultural

Na noite desta terça-feira, 24, teve início o Arraial Cultural, em Rio Branco. A festa acontece no Calçadão da Gameleira e conta com espaços de comércio e também para apresentações musicais.

Quadrilhas do inteiror levantaram o público: Foto Luís Oliveira/Portal Acre

O arraial é um dos eventos mais importantes da cultura acreana. Neste ano, 15 quadrilhas de nove cidades participam do evento. Além disso, as juninas competem na edição estadual da Liga de Quadrilhas que garante uma vaga para representação em um evento nacional.

A primeira junina a abrir o arraial é a Arriba Saia, do município de Brasileia. Estreante na competição estadual, a junina traz o tema “Santo Antônio Descansou?”. A ideia é homenagear o santo casamenteiro e suas simpatias.

De acordo com o presidente da junina, Alef Correia, apesar do tema já ter sido bastante abordado, a quadrilha traz uma abordagem diferente ao focar nas simpatias de Santo Antônio.

“No interior a gente tem trabalhado com uma galera um pouco mais nova e temos construído uma base, tendo em vista que há muitos anos que Brasileia não trouxe nenhuma quadrilha junina aqui para a capital, para poder concorrer a esses concursos, nesse nível. E esse ano vimos a importância de dar uma ativada no movimento e tem dado certo”, destacou Alef.

Além disso, ele pontua que apesar de o acesso ser mais fácil atualmente, ainda existem dificuldades em conseguir chegar em uma competição como esta. O presidente da junina destaca também como foi a preparação para este momento.

O capricho dos figurinos chamou a atenção: Foto Luís Oliveira/Portal Acre

“A gente teve as nossas dificuldades, porque a gente teve pouco tempo de preparação. Nós estamos aqui (nos preparando para) hoje há um mês e meio apenas. E eu sei que, claro, vindo até aqui, é porque a gente está preparado, mas obviamente a gente precisou trabalhar contra o tempo para montar cenário, montar um tema, um casamento, trabalhar em cima disso e poder chegar a nível de Estado. A gente sabe que aqui é muito difícil, a concorrência é muito grande, quadrilhas há mais de 15 anos, na estrada, inclusive são referências para a gente, mas a gente está aqui como cego atirador, vivendo o momento, entendendo também. Se a gente não começar, a gente não vai saber como é chegar lá”, enfatizou.

A segunda quadrilha a se apresentar na noite também é do interior do estado. A Explosão Junina, do município de Plácido de Castro, apresenta o tema “Lampejo: a Luz do Floresce”. Segundo o presidente da quadrilha, Neck Paes, a temática aborda a questão das pessoas que passam pela seca e com fé conseguem a chuva.

“O nosso casamento tem essa base disso. E a nossa dificuldade para estar aqui hoje é muito mais apoio mesmo. Como a gente é do interior, a gente vem de uma cidade muito pequena e às vezes falta apoio para a gente vir. Foi uma correria para estarmos aqui hoje e eu acho que só de estarmos aqui, já somos vencedores, porque o tanto de sacrifício que passamos já vale por tudo”, pontua Neck.

A coreógrafa da Explosão Junina, Ingreddy Asfury, explica que a apresentação do grupo também é uma homenagem para uma pessoa que apoiava a quadrilha e que, infelizmente, faleceu recentemente.

Movimento junino se fortalece na capital e no interior: Foto Luís Oliveira/Portal Acre

“Estamos dançando em luto. Mas fizemos uma preparação de seis meses. Existe um investimento, mas é um recurso que não cobre 100% da despesa. A expectativa é fazer um bom trabalho, mostrar que no interior também tem quadrilha junina, que a gente também sabe fazer cultura popular e principalmente levar a cultura para os nossos jovens”, complementa a coreógrafa.

“Comentamos sobre isso, estamos dançando não só para vir aqui e conquistar um título. Claro que se a gente chegar a conquistar, a gente vai ficar muito feliz. Mas essa dança é para homenagear aqueles que se foram e não puderam estar aqui com a gente”, explica.

A junina também é estreante na competição estadual. Ingreddy e Neck foram o par de noivos da quadrilha. Para a coreógrafa, dançar no primeiro dia não é fácil, mas eles esperam fazer uma boa apresentação.

“O nosso grupo é muito jovem, tem muitos brincantes adolescentes e crianças, e a expectativa é que os meninos sintam essa energia, que a gente já está há mais tempo, que eles consigam amar o movimento, que muitos aqui vão dançar pela primeira vez no estadual. A maioria é novato, então a gente quer que eles tenham essa sensação”, finaliza Ingreddy.

Compartilhe em suas redes

ALEAC