Rio Branco, 26 de junho de 2025.

ALEAC

Txai Amazônia inicia para celebrar a cultura indígena e aproximar a ciência, inovação e saberes tradicionais

Teve início na manhã desta quarta-feira, 25, em Rio Branco, o seminário internacional Txai Amazônia, um evento voltado à promoção da bioeconomia, da sociobiodiversidade e do desenvolvimento sustentável na região amazônica.

Mapu, conhecido internacionalmente, participou da abertura: Foto Daigleíne Cavalcante

A cerimônia de abertura ocorreu no espaço do eAmazônia, no campus da Universidade Federal do Acre (Ufac), com uma apresentação cultural emocionante do artista indígena Mapu Huni Kuin, que trouxe à cena a força simbólica da ancestralidade e da conexão espiritual dos povos da floresta.

O Evento é realizado pelo Instituto Sapiens, em parceria com o Governo do Acre. Com uma programação técnica, com painéis, seminários e apresentação de cases de sucesso da bioeconomia, uma mostra de produtos da bioeconomia, com empreendedores de diversos locais do país, além de uma extensa programação cultural.

O presidente do Instituto Sapiens, Lucas Varela, destacou a missão do evento de integrar ciência, inovação e tradição.

“É sobre diálogo, construção coletiva e valorização do que é produzido com respeito à floresta e às pessoas que nela vivem. Estamos trazendo pessoas com boas experiências, cases de sucesso, de outros países, de outros estados, para dividir os exemplos de como se desenvolver através da bioeconomia, com produtos que são naturais da Amazônia.”, enfatizou. 

Representando o governador Gladson Cameli, a secretária extraordinária dos Povos Indígenas do Acre, Francisca Arara, participou da cerimônia e reforçou a importância do evento como espaço de diálogo, escuta e valorização dos saberes originários. “Precisamos lembrar que para ter bioeconomia é preciso manter os povos originários, sua cultura e seu território. Preservar o planeta também é preservar nossa ancestralidade.”, afirmou.

Evento tem a apresentação de produtos regionais: Foto Daigleíne Cavalcante

Entre os convidados da abertura também esteve o Secretário dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins, Paulo Waikarnãse Xerente, que enfatizou a importância da articulação entre estados da Amazônia Legal para fortalecer políticas públicas voltadas aos povos indígenas.

“Viemos aqui ter essa experiência, mostrar o que produzimos em nosso estado e integrar esse momento que vai nos nortear o futuro e o fortalecimento da economia dos povos originários e tradicionais.”, disse.

Um elo de saberes pela Amazônia

Mais do que um seminário, o Txai Amazônia é um espaço de vivência, articulação e construção conjunta em torno da floresta. O termo “Txai” representa mais do que uma palavra: simboliza irmão, abraço, união. Valores que norteiam toda a proposta do encontro.

Com programação totalmente gratuita até sábado, 28, o seminário reúne representantes dos nove estados da Amazônia Legal, além de comitivas do Peru e da Bolívia, em uma troca internacional que busca integrar saberes tradicionais, inovação tecnológica e políticas públicas sustentáveis.

Cultura, ciência e negócios sustentáveis

A programação do Txai Amazônia conta com 15 painéis, divididos em sete eixos temáticos que incluem temas como: sociobiodiversidade e sociobioeconomia; bioeconomia e agro; financiamento climático; manejo florestal e Plano Nacional da Bioeconomia.

Evento acontece na Universidade Federal do Acre: Foto Daigleíne Cavalcante

Além disso, a Mostra Artística Cultural de Bioeconomia vai transformar o palco do evento em um espaço vivo de arte e expressão, com mais de 160 artistas e 23 apresentações. Haverá também uma mostra gastronômica, reunindo chefs especializados na culinária amazônica, e uma feira com mais de 20 empreendedores da bioeconomia acreana.

Com representantes de governos, instituições de pesquisa, setor produtivo e povos tradicionais, o Txai Amazônia é mais que um seminário: é um movimento que busca ressignificar o desenvolvimento na Amazônia, fortalecendo o que nasce da floresta com sabedoria, equilíbrio e inovação.

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